Planta de habitat restrito aos Estados Unidos, especificamente a planície costeira da Carolina do Norte e Carolina do Sul.
Estruturas
Apresentam pequeno porte, com tamanho entre 8 a 16 cm de diâmetro.
Possuem flores alvas, geralmente com 5 pétalas, estames livres, hermafroditas, reunidas em inflorescências terminais, bem como simetria radial, ovário multiovulado e cápsula-deiscente.
As sementes normalmente levam anos para amadurecer (em habitat), de forma que é muito mais fácil propagar esta planta por meios assexuados, como por exemplo por cortes de folhas.
São portadoras de pecíolos e limbos foliares modificados em armadilhas, dispostas em roseta e apresentando margem dos lobos denteada.
Armadilha
Na face interna das folhas modificadas, existem cerca de seis pêlos sensitivos (cerdas sensoriais), distribuídos metade em cada lobo, vinculados ao mecanismo de captura ativa de suas presas, que são atraídas pelo odor do néctar secretado por minúsculas e numerosas glândulas, e que acidentalmente estimulam a sensibilidade da armadilha.
Os estímulos captados pelas cerdas (tricomas)química e/ou mecanicamente, é desencadeada uma variação unilateral de turgência de certas células da base, resultando no fechamento da folha e aprisionamento do visitante.
Se nada foi capturado, terá início o processo de reabertura (leva uns dois dias, aproximadamente) que, muitas vezes, dispende grande quantidade de energia. A obrigatoriedade de dois estímulos ajuda a evitar que as armadilhas se fechem à toa, como em situações de chuva, em que as gotas de água caem sobre os "gatilhos", estimulando-os.
Mas se algo foi capturado, a presa tenta forçar a saída, se mexendo mais e estimulando ainda mais os gatilhos, com isso os lóbulos são fortemente pressionados um contra o outro, em toda sua extensão (antes, apenas as bordas se encostavam).
Neste processo, a presa eventualmente morre esmagada.
Digestão
A partir do fechamento dos lobos, é criado um ambiente hermeticamente fechado e as enzimas digestivas são lançadas sobre a presa e dá-se início ao processo digestivo.
Dependendo do tamanho da presa capturada, a armadilha permanece fechada até 10 dias, podendo até morrer se a presa for muito grande.
Terminadas a digestão e a absorção dos nutrientes, a armadilha reabre, revelando restos não digeridos da presa (carcaça de quitina que a planta não digere, ficando ao vento ou à chuva fazer seu papel de levar embora estes restos.
Somente depois de algum tempo a armadilha volta a ficar ativa, já que a reabertura é um processo lento, durante o qual os "gatilhos" permanecem desativados. Na verdade, a reabertura depende do crescimento, ao contrário do fechamento que é extremamente rápido por envolver processos mecânicos (funciona graças à diferenças de pressão da água presente no interior dos lóbulos).
Cada armadilha tem um período de vida limitado. Estima-se que seja capaz de capturar e digerir no máximo três presas, então ela apodrece e morre. Se eventualmente capturar uma presa grande, esta pode ser a sua única. Novas armadilhas estão sempre sendo formadas conforme a planta cresce e o período do ano.
Curiosidade
-- Vale salientar que, a princípio, as bordas denteadas não se intercruzam, provando uma atitude de controle alimentar pela planta; uma vez que, caso o tamanho do inseto seja insatisfatório à necessidade energética da carnívora citada (maior desgaste na digestão do que na reposição de nutrientes), a vítima terá uma possibilidade de fuga.
-- Embora dependente de fatores ambientais, a Dionaea é capaz de suportar variações do nível de água nos períodos de precipitação pluviométrica, continuando a se desenvolver como planta submersa, chegando a capturar presas aquáticas.
Dormência
Esta espécie necessita de dormência fria de alguns meses no inverno, o que dificulta seu cultivo em regiões próximas ao Equador.
Comparado rusticamente a um processo de hibernação, durante o inverno (quando o habitat das dionaeas costumam ficar cobertos de neve), a planta se restringe a um pequeno bulbo semelhante a uma cebola (numa atitude de dormência), as novas folhas ficam bastante reduzidas e o crescimento pode parar por completo.
Já na primavera, com o degelo, saem novas folhas do bulbo, bem como brotações e flores brancas, dando assim prosseguimento ao ciclo vital da planta.
Cultivo
A D. muscipula aprecia luz solar direta, assim quanto mais luz receber, mais saudável e avermelhada a planta será.
O solo deve ser mantido constantemente úmido até encharcado, o ano todo.
Uma dica muito importante no cultivo desta planta é evitar brincar com ela. Isto é, evitar de fechar as armadilhas à toa, evitando que cada vez que uma armadilha reabrrir, muita energia da planta seja exigida.
E, no caso, nenhuma energia foi obtida, por não ter havido presa, além de que a cada ativação da armadilha, a próxima vez a reação será bem mais lenta.
Conforme as armadilhas forem morrendo, é recomendado que se corte as partes mortas da planta bem rente ao rizoma, para evitar ataques diversos.
Frutos em desenvolvimento também são muito suscetíveis à infestações.
Propagação
Mas as sementes necessitam de extratificação, para isso podem ser empregados diversos métodos para ativar a hidratação do embrião, porém é possivel realizar propagação por meio de cortes das folhas incluindo toda a base branca, suculenta, do pecíolo ou até msm da haste floral.
Plante a folha sobre substrato úmido (musgo Sphagnum), em local mais ou menos sombreado, sem luz solar direta, e tampe para reter a umidade no ambiente e bloqueando parte da luz solar.
A melhor época para realizar esse tipo de propagação é no início da primavera, quando o crescimento está se reiniciando.
Outro meio de propagação assexuada é por divisão do rizoma.
Pragas
Uma praga que comumente ataca essa espécie (quando não cultivada de acordo com suas necessidades) são os pulgões, presentes inicialmente na superfície inferior dos pecíolos, mas com o tempo avançam para as láminas. Eles podem ser removidos mantendo-se a planta submergida num balde de água por horas, afogando-os; ou então aplicando, com as devidas precauções, algum tipo de inseticida.
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Fonte:
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