Fonte: Educação Ambiental Itajubá - 28 de janeiro de 2014
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A primeira intenção era identificar os fungos prejudiciais à qualidade do café, para depois pesquisar meios de proteger os grãos durante e após a colheita.
Ao reparar bem nos efeitos dos diversos parasitas, porém, os pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) conseguiram separar um benfeitor do meio dos malfeitores: toda vez que os grãos de café são infestados com Cladosporium cladosporioides, o cafezinho tem o sabor e o aroma preservados.
O fungo “do bem” se instala no grão maduro, um pouco antes do ponto de colheita e toma toda sua superfície, de tal modo que os outros fungos não conseguem se desenvolver. Nem mesmo os fungos comuns nas lavouras e nos armazéns – como os dos gêneros Penicillium, Aspergillus e Fusarium – conseguem garantir espaço!
A partir dessa constatação, a pesquisa mudou de rumo e passou a esmiuçar a relação entre o café e o tal fungo. “Isolamos e identificamos a espécie e fomos fazendo estudos nas regiões produtoras de Minas Gerais”, conta Sara Maria Chalfoun, da Epamig Lavras. “Verificamos as condições em que o fungo existe naturalmente e deve ser preservado e as situações em que sua presença é muito reduzida, devido a tratos culturais indevidos e aplicações de químicos”. Basicamente são 3 situações: cafezais com o fungo, onde a ordem é preservar; lavouras com pouca quantidade do fungo, onde se deve aumentar sua presença por meio de inoculação e regiões onde outros fungos passam a predominar, aí é preciso mudar os tratos culturais e reintroduzir C. cladosporioides.
“O fungo ocorre com menos frequência quando o cafezal está situado junto a grandes corpos d’água, como represas e lagoas, ou quando o nível de precipitações é elevado durante a fase de frutificação”, completa a pesquisadora, cujos 40 anos de carreira foram integralmente dedicados à qualidade do café. “Inicialmente desenvolvemos um pó para inoculação, mas agora temos um líquido, com um tempo de prateleira maior, de até 6 meses, o que é compatível com os produtos biológicos”.
Em parceria com Carlos José Pimenta, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Sara orienta diversos estudantes de Iniciação Científica a pós Graduação, dedicados ao estudo da espécie. Vários desses trabalhos foram desenvolvidos nas condições reais, no cafezal de uma fazenda que abriu as portas aos pesquisadores, a Fazenda Santa Helena, de Alfenas (MG). Outra fazenda, do Grupo Farroupilha, deve abrigar novos testes de campo, em Patos de Minas.
A equipe da Epamig hoje domina a produção do fungo em massa, em laboratório, para inoculação. E tem condições de repassar aos cafeicultores uma série de orientações para que eles tirem o melhor proveito desse conhecimento. Existe até um pedido de patente, depositado há cerca de 8 anos, relativo ao processo de multiplicação do fungo, essencial para transformar o bioprotetor do café em produto.
Segundo Sara, a grande vantagem do bioprotetor é que os fungos do gênero Cladosporium não produzem micotoxinas prejudiciais ao homem, nem causam dano à planta. Os bons resultados – a melhora das qualidades sensoriais do café – já são observados no primeiro ano de uso. A primeira aplicação deve ser feita quando os grãos começam a amadurecer, seguida de uma repetição, 45 dias depois.
A equipe liderada por Sara conta com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnologico (CNPq) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). “Criamos uma plataforma de trabalho para aproveitar a infraestrutura do laboratório e desenvolver outros produtos correlatos, pois temos muitos produtores interessados”, acrescenta a pesquisadora. “Estou um pouco frustrada com a burocracia para conseguir o registro. Apenas nos últimos anos é que o governo estadual vem se esforçando para converter as pesquisas em produtos. É uma luta grande, mas vale a pena: precisamos ir além da mera demonstração da possibilidade, do potencial, e chegar ao mercado”.
De fato, o bioprotetor não tem concorrente químico, é um produto único. Não faz mal para o pé de café, nem para quem toma a bebida. Ao contrário, protege a colheita do mofo de modo natural e garante a qualidade do cafezinho. Devia merecer atenção prioritária dos órgãos responsáveis pelo patenteamento e pelas licenças necessárias para chegar às prateleiras o quanto antes, certo?
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Cafezinho bom é cafezinho com fungo!
- MarcielS
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- Paulo
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Marciel,
Depois de ler sua postagem fiquei a pensar "e como fica o café c@gado"?
Tem um que vem da Asia se não me engano e outro aqui do Brasil que é produzido por um pássaro de nome bem interessante o tal jacu.
Abraço,
Paulo
Depois de ler sua postagem fiquei a pensar "e como fica o café c@gado"?
Tem um que vem da Asia se não me engano e outro aqui do Brasil que é produzido por um pássaro de nome bem interessante o tal jacu.
Abraço,
Paulo
Eu sou eu, foi meu pai que me fez assim, quem quiser que me faça outro se achar que estou ruim.
- MarcielS
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Heheheh. Os dois, Paulo e Bruno tem razão.
fonte: globo rural, the guardian
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Em outras palavras, estamos tentando dizer isso mesmo que você entendeu. Os grãos usados para preparar o café mais caro do mundo são, necessariamente, expelidos nas fezes da cevita antes de irem para as prateleiras. Produzido nas ilhas de Sumatra, Bali e Java, o quilo do Kopi Luwak custa, em média, US$ 500 (R$ 1.000), na Indonésia. No Brasil, é possível degustar uma xícara pequena da bebida por cerca de R$ 20. Mas, é claro, o produto está disponível apenas em cafeterias gourmets.
[hr]
Produzido desde 2006 em uma fazenda do estado do Espírito Santo, o Jacu Coffee nasceu de um problema grave: a safra de café costumava ser devorada por bandos de jacus. Como a solução para o caso era bastante demorada e dependia da autorização e do aconselhamento de órgãos ambientais, Henrique Sloper, da Fazenda Camocim, resolveu se inspirar na história de sucesso do Kopi Luwak e tentar transformar aqueles “dejetos” em produto.
Surpreendentemente, a ideia deu certo e hoje o Jacu Coffee é um dos cafés mais conceituados do Brasil e do mundo. O preço ainda não é dos melhores, como seria de se imaginar para um produto de luxo, mas já é bem mais em conta do que o equivalente indonésio: o quilo custa cerca de R$ 300 e uma xícara pequena pode ser encontrada em casas especializadas por R$ 10 ou R$ 15.
E então, aceita um cafezinho? Não diga que está com nojo! Na pior das hipóteses, você pode tentar adoçá-lo com vômito de abelha, produto conhecido comercialmente como "mel".
Abç
ps fico com o meu cafezinho comum mesmo, rs.
fonte: globo rural, the guardian
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civeta
Café mais caro do mundo vem de fezes de animais
Os fissurados por café não podem deixar de provar aquilo que é considerado como o mais gostoso e mais caro café do mundo. Com o nome de Kopi Luwak, os grãos passam por um processo muito especial de preparação, que fornece aroma e sabor únicos à bebida: antes de serem torrados, eles são ingeridos e — pasmem — processados pelo estômago e intestino de pequenos mamíferos conhecidos como civetas.Em outras palavras, estamos tentando dizer isso mesmo que você entendeu. Os grãos usados para preparar o café mais caro do mundo são, necessariamente, expelidos nas fezes da cevita antes de irem para as prateleiras. Produzido nas ilhas de Sumatra, Bali e Java, o quilo do Kopi Luwak custa, em média, US$ 500 (R$ 1.000), na Indonésia. No Brasil, é possível degustar uma xícara pequena da bebida por cerca de R$ 20. Mas, é claro, o produto está disponível apenas em cafeterias gourmets.
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Jacu Coffee: primo brasileiro do Kopi Luwak
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jacu
Quem não estiver disposto a pagar tanto por uma xícara de café pode recorrer a uma alternativa mais barata e — vejam só — nacional. O Jacu Coffee possui um processo de fabricação semelhante ao do Kopi Luwak, mudando, porém, o animal: em vez de cevitas, são os jacus, um gênero de ave encontrado na América do Sul, que dão um sabor todo especial à bebida.Produzido desde 2006 em uma fazenda do estado do Espírito Santo, o Jacu Coffee nasceu de um problema grave: a safra de café costumava ser devorada por bandos de jacus. Como a solução para o caso era bastante demorada e dependia da autorização e do aconselhamento de órgãos ambientais, Henrique Sloper, da Fazenda Camocim, resolveu se inspirar na história de sucesso do Kopi Luwak e tentar transformar aqueles “dejetos” em produto.
Surpreendentemente, a ideia deu certo e hoje o Jacu Coffee é um dos cafés mais conceituados do Brasil e do mundo. O preço ainda não é dos melhores, como seria de se imaginar para um produto de luxo, mas já é bem mais em conta do que o equivalente indonésio: o quilo custa cerca de R$ 300 e uma xícara pequena pode ser encontrada em casas especializadas por R$ 10 ou R$ 15.
E então, aceita um cafezinho? Não diga que está com nojo! Na pior das hipóteses, você pode tentar adoçá-lo com vômito de abelha, produto conhecido comercialmente como "mel".
Abç
ps fico com o meu cafezinho comum mesmo, rs.
- rdrgobra
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Gostei deste tópico e digo-te que não teria pudor nenhum em provar tanto Kopi Luwak quanto o Jacu Coffee, visto que ambos são torrados e não há problemas relativos de contágio com bactérias da flora intestinal dos animais que consomem os grãos de café.
Abs,
Rodrigo F. Costa
Abs,
Rodrigo F. Costa
"Acho que a televisão é muito educativa. Todas as vezes que alguém liga o aparelho, vou para a outra sala e leio um livro."
Groucho Marx (1890-1977)
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