Paulo escreveu:Rodrigo,
Veja isso, encontrado nesse link
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9467846 que diz que a telomorase acontece durante a floração.
In contrast to animals, plants do not specify a germ line until late in development, but telomerase is reactivated during flowering, possibly to ensure that gametes and embryos arising from them inherit fully functional chromosomes.
O caso de nepenthes é diferente das dionaeas, pois o tempo de ficarem adultas e florirem são bem diferentes.
Se por acaso você fizer estaquias de uma nepenthes com 8 anos os clones gerados irão florescer em 2 anos, no caso que especificou. Aí o clone é zerado.
Eita, cada assunto louco estamos discutindo.
Abraço,
Paulo
Olá amigos, eu descobri esse tópico e achei muito importante e pertinente.
Sou da área de biológicas, mas nunca pesquisei a fundo a questão dos telômeros e envelhecimento celular em plantas, mas li o artigo que o Paulo compartilhou acima e achei algumas coisas bem interessantes.
Primeiro, que ali é só o resumo do artigo, o artigo completo está em
https://protein.bio.msu.ru/biokhimiya/c ... 11432.html e lendo o artigo eu cheguei a uma má e uma boa notícia...
Bom, segundo o artigo, no caso da floração, a telomerase volta a funcionar APENAS nas células responsáveis pela floração e geração de gametas (células reprodutivas, óvulos e pólen), para os gametas serem "novos", e não na planta toda, assim o resta da planta continua "velha" segundo o tamanho dos telômeros (essa é a má notícia...).
A boa notícia, é q essa parte do artigo fala sobre monocotiledôneas, e as plantas carnívoras que normalmente colecionamos são dicotiledôneas, ou sejam, são tipos diferentes de plantas. As dicotiledônias possuem mecanismos completamente diferentes, e no artigo os autores citam o exemplo do tomate, no qual pegaram folhas com 1 mês de nascidas e mediram os telômeros durante 5 meses, sem encontrar variação, ou seja as células não estavam perdendo telômeros, e também encontraram isso em cultura celular (só citaram in vitro nesse artigo, não falaram nada de plantas normais) de tabaco... e nesse caso eles são sabem dizer se é uma característica do tomate em si, pq ele normalmente tem crescimento ilimitado (sem envelhecimento celular perceptível) ou de algum grupo de dicotiledôneas, inclusive eles citam algumas árvores vivas que já possuem mais de 4 mil anos de vida, determinados por contagem de anéis e por datação de carbono radioativo...
E esse artigo é de 1997, tem 21 anos, então com certeza já deve haver pesquisas mais recentes sobre isso, e com melhores explicações...
Paulo, caso você tenha lido mais algum artigo ou livro, por favor, me passe o link para eu possa aprofundar e ajudar a entender isso melhor...
Também estou tentando pesquisar os artigos científicos por conta própria, mas tem MUITA coisa, então pode ser que eu demore em trazer algo novo ao tópico, mas continuarei procurando, e tentarei trazer numa linguagem mais simples (o possível, pq se simplificar demais o povo começa a distorcer...) para que todos possamos entender melhor nossas plantinhas!
Vou procurar artigos mais atuais e dar uma olhada nos meus livros de fisiologia vegetal...
PS.: Olá amigos! Trago boas notícias!!!
Achei um artigo bem mais atual, de 2015, explicando a situação do envelhecimento celular (ou genético) nas plantas, o resumo dele está aí:
https://www.sciencedaily.com/releases/2 ... 124113.htm
Basicamente, o problema depende de como você vai fazer o clone de uma planta. Nas plantas, tem um tipo de célula q serve basicamente pra criar partes novas e crescer plantas, chama meristema e se encontra em várias partes da planta, gemas apicais, gemais laterais, parte branca na base das folhas e ao redor dos rizomas, ponta e gemas laterais das raízes, e que normalmente fica dormente (fora no ápice, que tá sempre crescendo). Se você usar esse tipo de células (meristemas) para fazer o clone NÃO tem problema, pois nessas células, que vão dar origem à planta nova, os telômeros são sempre reconstituídos.
Pra resumir, leaf cutting, root cutting, haste cutting, separação de rizoma, brotos que aparecem nas bordas de uma folha velha, geram novas plantinhas que NÃO possuem a idade da planta mãe!!! São plantas novas, pq o tecido q deu origem à elas é um tecido q estava regenerado em relação aos telômeros.
A única coisa ruim sobre isso, é q se a planta mãe estiver infectada com algum tipo de vírus vegetal, existem chances das plantas-filhas nascerem com o mesmo vírus, pq o tecido estava todo em contato um com o outro...
Não sei se fui claro, caso não tenha sido, me avisem q eu explico melhor!!!
Estou à disposição para dúvidas q eu saiba responder...
Deu um mega alívio descobrir isso... hahahahaha