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de acordo com o dono não foi aberto desde 1972.
Mas como essas plantas sobrevivem? Seria uma montagem? De acordo com especialistas, não. É totalmente possível que plantas formem um miniecossistema que “cuida de si mesmo”. E, aparentemente, é o caso do jardim lacrado do Sr. Latimer (embora ninguém possa dizer com certeza se ele realmente não abre ou vem regando a garrafa com freqüência).
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Jardim engarrafado
No domingo de Páscoa de 1960, o Sr. Latimer pensou que seria divertido começar um jardim garrafa, por curiosidade.
Em um garrafão globular de cerca de 37 litros, Latimer colocou um pouco de substrato e cuidadosamente colocou uma muda de plantas do gênero Tradescantia, usando um pedaço de arame.
Na época, colocou só um pouco de água, e apenas em 1972 deu outra “regada”. Desde então, o sistema tem prosperado, enchendo sua garrafa com folhagem saudável.
“O jardim fica em uma janela, para tomar um pouco de luz solar. As plantas crescem em direção à luz”, conta o Sr. Latimer.
Cientistas explicam que o jardim garrafa criou seu próprio ecossistema em miniatura. Apesar de ter sido cortado do mundo exterior, porque ainda está absorvendo luz, pode realizar fotossíntese, o processo pelo qual as plantas convertem luz solar em energia que precisam para crescer. A fotossíntese cria oxigênio e também coloca mais umidade no ar. A umidade se acumula no interior da garrafa e “chove” de volta na planta. As folhas que apodrecem caem na parte inferior da garrafa, criando o dióxido de carbono necessário para a fotossíntese e os nutrientes que as plantas reabsorvem através das suas raízes.
A garrafa está atualmente em exposição sob as escadas no corredor da casa do Sr. Latimer em Cranleigh, Surrey (Reino Unido), no mesmo lugar que ocupou por 27 anos.
Segundo o designer de jardim e apresentador de televisão Chris Beardshaw, o jardim garrafa é um grande exemplo da maneira pela qual as plantas são capazes de se reciclar, e mostra a razão pela qual a NASA está interessada em levar plantas ao espaço.
“Plantas operam como purificadores, tirando poluentes no ar, de modo que uma estação espacial pode efetivamente se tornar auto-sustentável”, disse. “Este é um grande exemplo de quão pioneiras as plantas são, e como persistem dadas as oportunidades”.
O Sr. Latimer espera passar o “experimento” adiante para seus filhos adultos uma vez que não estiver mais por perto. Se eles não quiserem, vai deixá-lo com a Royal Horticultural Society, uma sociedade britânica, para ver por quanto tempo esse ecossistema sustentável pode perdurar.
Jardins engarrafados só precisam de luz para sobreviver. Ela é absorvida nas folhas da planta pelas proteínas que contêm clorofila. Parte dessa energia luminosa é armazenada sob a forma de trifosfato de adenosina (ATP), e o restante é usado para remover elétrons a partir da água absorvida do solo pelas raízes das plantas.
Estes elétrons então se tornam “livres” e são usados em reações químicas que convertem o dióxido de carbono em carboidratos, liberando oxigênio. Este processo de fotossíntese é o oposto da respiração celular que ocorre em outros organismos, incluindo humanos, em que os carboidratos que contêm a energia reagem com o oxigênio para produzir dióxido de carbono e água e liberar energia química.
Mas o ecossistema também usa respiração celular para quebrar material em decomposição derramado pela própria planta no solo. Nesta parte do processo, as bactérias no interior do solo da garrafa absorvem oxigênio dos resíduos, liberando dióxido de carbono que a planta pode reutilizar.
E, claro, à noite, quando não há luz solar para conduzir a fotossíntese, a planta também utiliza a respiração celular para manter-se viva, quebrando os nutrientes armazenados.
Como o jardim na garrafa é um ambiente fechado, o ciclo de água também é um processo contínuo. A água na garrafa é absorvida pelas raízes das plantas, liberada para a atmosfera durante a transpiração, e condensada, onde o ciclo começa novamente.
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