Registro e Divulgação de novas espécies

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MarcielS
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Registro e Divulgação de novas espécies

Mensagem por MarcielS »

Mudança simplifica divulgação de novas espécies de plantas e fungos.
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Código de nomenclatura botânica sofreu mudanças no ano passado.
Alterações aceitas em congresso mundial valem a partir de 2012.
Mário Barra - G1

A partir do primeiro dia de 2012, a publicação internacional da descoberta de novas espécies de algas, plantas e fungos passou a poder ser feita em publicações científicas eletrônicas, dispensando a necessidade de uma versão impressa para confirmar.

Antes, era necessário que uma versão impressa da revista oficializasse a descoberta. Agora, já é possível registrar novas espécies de algas, fungos e plantas apenas por meios científicos eletrônicos. Porém, mesmo com a flexibilização nas regras, os textos deverão estar em formato de documento portátil (PDF) para serem aceitos.

O "Código Internacional de Nomenclatura para Algas, Fungos e Plantas" é o documento que define regras para que uma nova espécie vegetal seja apresentada formalmente ao mundo. Discussões sobre o código acontecem em intervalos de seis anos, sempre na semana que antecede o Congresso Internacional de Botânica.

Em 2011, esse evento foi realizado em Melbourne, na Austrália. Até mesmo o nome do código entrou na discussão -- antes do encontro na Austrália, ele recebia o nome de "Código Internacional de Nomenclatura Botânica".

A mudança no nome foi sugerida para dar conta das diferenças dos vegetais em relação aos fungos e as algas, que foram durante muito tempo considerados simplesmente plantas.

Participação brasileira
O pesquisador Jefferson Prado, do Instituto de Botânica de São Paulo, foi quem representou o Brasil no debate, junto as professoras Regina Yoshie Hirai e Ana Maria Giulietti.

"As mudanças aceleram a publicação de novas plantas", afirma o pesquisador, citando ainda vantagens financeiras que as novas regras trazem. "Uma publicação em papel custa caro, aqui no Brasil, por exemplo, tiragens de até mil exemplares podiam custar até R$ 18 mil".

Mais uma vantagem seria o maior acesso às novidades científicas por parte de profissionais que trabalham com a classificação de espécies em todo o mundo -- os taxonomistas.

Aposentando o latim
Outra exigência que perdurava nas linhas do código desde 1935 era a necessidade de uma descrição em latim da nova espécie de planta desvendada. Agora, essa descrição poderá ser feita em inglês.

Letras gregas como alfa (a), beta (ß) e gama (?), números e outros símbolos diferentes dos usados no alfabeto latino também não serão considerados como parte do nome das espécies catalogadas.

O veículo oficial usado para sugerir propostas de mudanças na nomenclatura botânica é a revista "Taxon", publicada pela Associação Internacional de Taxonomia de Plantas (IAPT, na sigla em inglês). Essas propostas são julgadas pelos comitês antes dos congressos mundiais.

O Código tem mais de cem anos. Por muito tempo, as regras permaneceram estáveis. Mas a gente precisava incorporar as novas tecnologias. O problema é que botânicos são extremamente conservadores nesse aspecto."Jefferson Prado, pesquisador do Instituto de Botânica da USP e um dos participantes da mudança no Código Internacional de Nomenclatura de Algas, Fungos e PlantasProvocação
O primeiro artigo publicado em um periódico que circula apenas na internet foi publicado em 2009, descrevendo quatro espécies do gênero Solanum, o grupo de vegetais que inclui o tomate e a batata.

Esse trabalho foi feito pela botânica Sandra Knapp, do Museu Britânico de História Natural e divulgado no jornal de livre acesso "PLoS Biology".

Segundo Prado, esse trabalho não é válido, pois o registro das espécies precisará ser feito novamente já sob as novas regras aceitas na Austrália. "Aquilo foi mais uma provocação, as espécies precisam ser republicadas", explica. Knapp foi uma das coordenadoras da sessão de nomenclatura que aconteceu em Melbourne.

Agora, uma nova edição do código com as mudanças está sendo formatada em Londres, com a participação de Prado. "O texto final deve estar pronto em meados de 2012 e vai substituir a edição anterior", diz.

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