Plantas carnívoras ganham espaço nos Estados Unidos

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Father_Time
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Plantas carnívoras ganham espaço nos Estados Unidos

Mensagem por Father_Time »

Olá pessoal! ;)

Aí vai um artigo sobre PC publicado na Veja ciência, em 24/10.

O original, com as fotos, pode ser lido clicando aqui.

Abraços! : joia :

FT

[hr]

Plantas carnívoras ganham espaço nos Estados Unidos

Em declínio em seus habitats naturais, plantas ganham novo fôlego ao se tornarem objeto de culto de jardineiros amadores
Há aproximadamente 200 milhões de anos, certas plantas com estranhas folhas surgiram no que se tornaria a metade leste da América do Norte. Por crescerem num solo pantanoso e infértil, elas tiveram de desenvolver outras formas de encontrar nutrientes. Assim, começaram a apanhar e comer insetos. Voltamos aos dias atuais, e essas plantas carnívoras estão fascinando mais do que insetos: elas estão atraindo jardineiros aventureiros.

"As vendas aumentaram anualmente desde 2007", diz Jason Austin, gerente de um viveiro em Jackson, no estado de Nova Jersey, e um homem tão apaixonado por plantas carnívoras que traz uma tatuada no braço. Referindo-se a um programa que conduz para clientes interessados nas plantas, ele acrescenta: "Nosso primeiro workshop foi no verão de 2008. Fizemos apenas um naquele ano. Hoje fazemos dez ou mais".

Naturalmente, muitas pessoas são atraídas por essas estranhas e adoráveis plantas, fascinadas por visões de comedoras de homens retiradas do filme A Pequena Loja de Horrores, de 1987. Há a dioneia, por exemplo, com suas folhas articuladas como pequenas mandíbulas que se fecham em volta de sua presa; a drósera, que atrai insetos com gotas de gel pegajoso em suas folhas; e a utriculária, que usa a ação do vácuo para sugar insetos para suas armadilhas aquáticas. Essas e outras plantas carnívoras (ou 'insetívoras', como escreveu Darwin em seu livro de 1875 sobre elas) possuem enzimas digestivas que liquefazem a presa capturada, permitindo que os nutrientes possam ser absorvidos.

Mas as necessidades básicas dessas plantas foram frequentemente ignoradas por compradores. As sensíveis dioneias, vendidas como novidades em lojas de presentes, raramente sobreviviam por muito tempo, e Robert Hoffman, proprietário do viveiro de plantas Fairweather Gardens em Greenwich, também em Nova Jersey, cita um vendedor que garantia que as plantas carnívoras "duravam mais do que flores de corte" (as plantas têm um longo histórico de incompreensão; até 1815, botânicos achavam que as folhas ocas não eram armadilhas para insetos, mas sim refúgios).

O novo interesse combate essa velha postura. As lojas de hoje enfatizam as necessidades da planta, ensinando jardineiros as técnicas adequadas para os cuidados e desenvolvendo híbridos que aumentam o vigor da planta, além de sua amplitude de cores e formas. Preocupações com a conservação da flora nativa pode ser uma propulsora dessa mudança, ou talvez os jardineiros estejam apenas aceitando um novo desafio horticultor; de qualquer forma, esses espécimes estão começando a ser reconhecidos como as plantas de longa duração que são, em vez de como novidades passageiras.

A mudança pode muito bem ajudar as vendas. Como Austin, Hoffman experimentou um recente aumento de compradores. "Em 2010, vendemos uma ou duas de algumas das variedades." "Em 2011, esgotamos nosso estoque – principalmente para homens e garotos", garante. "O que descobrimos", afirma Austin, "é que mostrar a essas pessoas como agir com as plantas e ampliar sua base de conhecimento ajudou tremendamente."

Cuidados com o cultivo — Em seus novos esforços, algumas lojas estão focando num gênero específico de carnívora: Sarracênia. Elas estão entre as plantas carnívoras de cultivo mais simples. As sarraceniáceas são plantas bonitas, em formato de funil, com folhas e flores numa ampla gama de cores. A maioria tem capuzes sobre suas folhas tubulares para evitar a entrada da chuva, e um local com néctar na base dos capuzes para atrair os insetos. Os insetos pousam, escorregam na lisa superfície e caem nos tubos, que possuem fios voltados para baixo para evitar tentativas de fuga.

A sarracênia forma moitas, com folhas emergindo de uma roseta central na primavera ou verão; elas variam entre 15 e 90 centímetros de altura. A maior parte floresce na primavera e algumas vezes, no fim do verão. As plantas também possuem hastes de flores com botões em formato de guarda-chuva e pétalas pendentes. As pétalas caem após a polinização, mas os fascinantes frutos ornamentais dessas plantas, e as sementes dentro deles, persistem até o outono.

Como todas as plantas carnívoras, elas possuem necessidades bastante específicas. "Elas precisam de um solo ácido, muito sol, umidade constante e baixas temperaturas no inverno", explica Austin. Para a umidade, chuva ou água destilada funcionam melhor; águas muito alcalinas ou com compostos químicos de purificação, como a maioria das águas de fornecimento municipal, podem matar as plantas. Finalmente, a sarracênia não deve ser alimentada, e principalmente não com fertilizantes sintéticos comerciais (ou hambúrguer cru, já que abordamos o assunto). Esses produtos, segundo ele, "significam a morte para elas".

Segundo Austin, diferente da dioneia, da drósera e outras espécies delicadas e imprevisíveis, a sarracênia não é difícil de cultivar se suas necessidades forem supridas. Em seu workshop, ele explica aos participantes que a melhor maneira de suprir essas necessidades é plantá-las em recipientes. O motivo? Porque a água pode ser controlada e o solo pode ser ser ajustado para ficar adequadamente ácido (Austin usa vasos de plástico resistente ao clima, com uma mistura de 80 por cento musgo de turfa e 20 por cento perlita ou areia de construção lavada).

Como a sarracênia precisa de um período frio de descanso no inverno, Austin recomenda manter os vasos ao ar livre. Com a possível exceção das espécies do sul, diz ele, não há problema em fazer isso durante o ano todo no norte americano, mesmo quando o vaso congelar (as plantas precisarão ocasionalmente de água se a neve ou a chuva forem esparsas). Jardineiros desconfortáveis com o congelamento e degelo podem colocar os vasos em buracos no chão e cobrir a área com ramos verdes.

'Pântano suspenso' — William Smith, engenheiro civil aposentado de 71 anos, adotou a ideia do vaso com entusiasmo. Ele já cultivou sarracênias em potes, piscinas infantis e até mesmo numa cama de concreto suspensa construída em sua propriedade em Warren Grove, Nova Jersey – cama que ele chama de "o maior pântano suspenso da América do Norte" (jardineiros chamam os vasos de sarracênias de 'pântanos’, pois eles simulam as condições úmidas de seus correspondentes na natureza). A 'cama' de Smith, com 28 metros quadrados, exige 72 fardos de musgo e tem lugar para 600 plantas carnívoras. "Possuo todas as espécies de sarracênia", garantiu ele. "E mais 50 híbridos".

Assim como Smith, Kathy Cantafio, uma gerente de loja de 50 anos em Chatsworth, Nova Jersey, está cativada pela estranha beleza das sarracênias. "Elas existem em tantas cores diferentes", diz ela, apontando a variedade das plantas e a diversidade de folhas. "E elas digerem insetos. Você pode cultivar plantas ou vegetais comuns, mas plantar espécies carnívoras é um mundo completamente novo".

Alguns plantadores, como Tony Avent, do viveiro Plant Delights, em Raleigh, Carolina do Norte, obtiveram sucesso plantando sarracênias também no chão.

"Você não precisa de um pântano para criar essas plantas, contanto que não deixe o solo secar", afirma Avent, que cuida das plantas em seu jardim de exibição e vende mais de dez variedades em seu catálogo.

Declínio natural — O crescente interesse pelas plantas carnívoras acompanha um longo declínio em seus habitats naturais, antes numerosos no Sudeste. Centenas de milhares de hectares foram perdidos, conforme madeireiras arrasavam as terras, borrifavam herbicidas e suprimiam incêndios para plantar pinheiros para a produção de papel, explicou Ron Determann, diretor do Conservatório Fuqua Conservatory, no Jardim Botânico de Atlanta. Antigamente, incêndios naturais mantinham os habitats nas condições exigidas pelas plantas – livres das árvores que secavam o solo e faziam sombra. Mas isso acabou.

Jardins e unidades de conservação estão lutando para compensar a perda. O Jardim Botânico de Atlanta inaugurou recentemente um viveiro de conservação numa área de 73 hectares em Gainesville, Geórgia, afirma Determann.
Trata-se de um banco de genes vivo de espécies nativas, a partir de sementes coletadas em todas as comunidades conhecidas de pântanos montanheses. "Se algo acontecer às populações selvagens", declara Determann, "sabemos que temos uma quantidade de segurança para restaurá-las". Outros grupos envolvidos incluem o Center for Plant Conservation do Jardim Botânico do Missouri, em St. Louis, a North American Sarracênia Conservancy e a Carnivorous Plant Society.

Mandíbulas — Outra maneira de preservação da sarracênia é a 'conservação pela propagação': viveiros propagam (e vendem, é claro) as plantas por conta própria, aumentando seus números. Cultivadores também estão desenvolvendo híbridos para trazer um novo vigor às plantas e para ampliar as escolhas do consumidor.

Os híbridos 'insetos', por exemplo, foram desenvolvidos por Larry Mellichamp, professor da Universidade da Carolina do Norte em Charlotte, e Rob Gardner, antigo curador dos Jardins Botânicos da Carolina do Norte. Essa espécie robusta e notável de sarracênia tem de 20 a 30 centímetros de altura e produz duas ondas de crescimento a cada temporada de plantio.

Enquanto os híbridos são criados e os workshops continuam ocorrendo, também surgem novos esforços. Jason Austin e William Smith formaram uma pequena iniciativa para educar o público sobre as plantas carnívoras e oferecer consultorias sobre a criação de jardins pantanosos. O nome da iniciativa, um acrônimo dos nomes de seus fundadores, combina com a missão: JAWS ('mandíbulas’, em inglês).


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koll
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Mensagem por koll »

muito legal gostei da foto com um monte de darlintons


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Vitor Meireles
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Mensagem por Vitor Meireles »

WOOO..AMEI esteartigo, vlw poe compratilhar !! hehe..muito bem esplicado e detalhado!! Ate me deu vontade de pegar uma piscina velha aqui pequena e trasformar em um bog..lol..


Mentes são como paraquedas, só funcionam quando abertas"

Retomando ao cultivo

Vitor Meirelles
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Mensagem por fabiocastro05 »

Muito legal o artigo : joia :
Esta cada vez mais difundido o cultivo de PC no mundo e tomando uma crescente muito boa no Brasil :D
Segue mais uma reportagem feita pelo uol com participação de um amigo nosso O Láudio do carnivora shopping. Achei bem bacana.
http://casaeimoveis.uol.com.br/ultimas- ... uidar.jhtm


Fabio Castro.
Editado pela última vez por fabiocastro05 em 07 Nov 2011, 01:28, em um total de 1 vez.


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Paulo
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Mensagem por Paulo »

Pessoal,


Gostei das duas matérias e existem muito mais falando das plantas carnivores.
Quanto mais for divulgado melhor será, eu ainda quero ver uma em um habit natural.

Abraços,


Paulo


Eu sou eu, foi meu pai que me fez assim, quem quiser que me faça outro se achar que estou ruim.
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