Líquido digestivo das Nepenthes

Área destinada para a divulgação de vídeos sobre plantas carnívoras.
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ivan
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Líquido digestivo das Nepenthes

Mensagem por ivan »

Pra quem ainda não viu isso:

Esses vídeos comparam e mostram a eficácia do líquido que é secretado no interior dos jarros (ascídios) de Nepenthes rafflesiana durante a captura das suas presas, pra isso usaram uma mosca azul da espécie Calliphora vomitoria.

Se o inseto cai na água pura, as características do seu exoesqueleto e o grande número de pelos no corpo facilitam para ele não se molhar e, além disso, a água possui naturalmente uma tensão superficial que favorece para que um animal leve como a mosca não afunde, assim ela consegue escapar.

- caindo na água, chegando de frente: vídeo 1 (2.7M, mov) / de costas: vídeo 2 (3.3M, mov)

Agora, vejam a diferença quando ela cai no líquido digestivo de Nepenthes rafflesiana:

- chegando de frente: vídeo 3 (3.7M, mov) / de costas: vídeo 4 (8.7M, mov)

O líquido produzido naturalmente no interior dos ascídios de algumas Nepenthes tem propriedades chamadas viscoelásticas. Por isso, não importa a posição em que o inseto caia, o líquido adere ao seu corpo e se deforma seguindo o movimento, sendo impossível escapar!
Ali, o inseto morre afogado e as enzimas secretadas pela planta, que estão no líquido, fazem o serviço da digestão.

Pergunta:
Se completarmos o conteúdo do ascídio com água podemos prolongar a permanência dele na planta, mas e as funções digestiva e de captura, ficariam prejudicadas porque o líquido foi diluído? Ele continua digerindo?

* Links dos vídeos atualizados

fonte:
Vídeos (artigo científico, em inglês)
ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC207516 ... 01185.s001
também em:
http://en.wikipedia.org/wiki/Nepenthes
Editado pela última vez por ivan em 12 Mai 2013, 08:41, em um total de 5 vezes.


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rdrgobra
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Mensagem por rdrgobra »

Informação interessante Ivan, só é uma pena que os vídeos não rodam no fórum, tive que assisti-los direto na fonte. Quanto a sua pergunta, baseado no que li a respeito aqui e em outros fóruns, ao colocar água no ascídio você prolonga sua vida, porém o liquido digestivo perde sua função.

Geralmente se coloca água neles quando, por acidente, derrubamos o liquído contido nos jarros e para não perdê-los usa-se este artifício.

Abs,

Rodrigo F. Costa


"Acho que a televisão é muito educativa. Todas as vezes que alguém liga o aparelho, vou para a outra sala e leio um livro."

Groucho Marx (1890-1977)
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ivan
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Mensagem por ivan »

Aqui o vídeo reproduziu normal Rodrigo, abri pelo Google Chrome e Firefox. Mas o vídeo é acessado pelo plugin do Media PLayer do Windows, talvez se você atualizá-lo poderá ver aqui. Coloquei a fonte justamente pra isso, podem ver pela Wikipedia.

Sobre o líquido, sei que se o jarro virar não precisamos enchê-lo até a boca, basta até a metade e você garante que ele continue por mais um tempo sem secar. Talvez, se a parede interna desse ascídio não chegar a secar a planta continue a secretar enzimas no líquido.

Valeu, abç.


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b.alecio
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Mensagem por b.alecio »

Eu acredito que ao colocar água nos ascídios, a planta não pare de produzir as enzimas necessárias para digestão da presa.

Não faria sentido já que na natureza, acaba entrando água de chuva dentro dos ascídios...

Acredito que se a planta estiver saudável e bem hidratada, ela produzira as enzimas necessárias para digestão do inseto, mesmo quando colocamos água nos jarros.


Uma joaninha aproxima-se inocentemente da planta. Dá umas rodeadas e pousa. A planta é um tanto peluda, e nos pêlos há gotas que parecem de orvalho, brilhando à luz do sol. As cores são bonitas e a joaninha acha lindos os pelos. Pobre joaninha...
ricardoacj
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Mensagem por ricardoacj »

Noto que na minha, desde que comprei, o líquido está bem no fundo do jarro, ou seja a quantidade não é grande.

Posso completar com água até a metade dos jarros??


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b.alecio
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Mensagem por b.alecio »

ricardoacj escreveu:
Noto que na minha, desde que comprei, o líquido está bem no fundo do jarro, ou seja a quantidade não é grande.

Posso completar com água até a metade dos jarros??
Ricardo,
Acredito que não haverá problema!
Algum criadores de PC's, inclusive, indicam que os ascídios estejam cheios de liquido ate a metade, mais ou menos.

As Neps, em seu habitat natural, geralmente tem seus jarros preenchidos por agua da chuva.

Dessa forma, acredito não haver problema.
Isso de colocar agua e danificar as enzimas é mito!

Veja o link abaixo da video-aula "como regar suas plantas"
Ele fala sobre as neps!

http://www.carnivoras.com.br/video-aula ... -t119.html


Uma joaninha aproxima-se inocentemente da planta. Dá umas rodeadas e pousa. A planta é um tanto peluda, e nos pêlos há gotas que parecem de orvalho, brilhando à luz do sol. As cores são bonitas e a joaninha acha lindos os pelos. Pobre joaninha...
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MarcielS
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Mensagem por MarcielS »

Daniel Souza escreveu:A armadilha contém um fluido que é secretado pela planta, e pode ser aquoso ou viscoso, e é usado para afogar a presa.
Geralmente não nos aparenta ser viscoso, pois para nois o padrão de viscosidade é diferente, no entanto para um inseto: roll:
As glândulas que secretam estas complexas enzimas digestivas não o fazem apenas inicialmente quando o jarro é formado, e sim de forma sistemática quando encontra necessidade.
Existem especies de Nepenthes que controlam os niveis de diluição com agua das enzimas digestivas contidas no interior dos jarros, algumas fazem isso baixando a "tampa" do jarro para servir como uma especies de "calha" que conduzirá a agua da chuva fazendo com que ela simplesmente escorra para dentro do jarro. Outras naturalmente ja estão sempre receptivas a capturar agua de chuvas e possuem a “tampa e o peristome do jarro adaptados a isso como é o caso da Nepenthes ampullaria”.

Em minha opinião, uma larva de mosquito não chega a ultima fase de crescimento quando esta "imersa” em suco digestivo de jarros das Nepenthes, ingenuidade pensar que por mais que este esteja bem diluido com agua, a larva venha a completar seu desenvolvimento;).

Ao observar os processos de crescimento de uma larva de mosquito, nota-se que este logo se torna vulneravel em sua ultima fase larval, quando este precisa apoiar-se e sair da agua afim concluir a ecdiase e de levantar vôo, porém dentro dos lisos e encerados jarro de Nepenthes esta tarefa torna-se exaustiva e o jovem mosquito passa a ser digerido.

Acredito que isso se trata de mais um mito, criado e difundido por pessoas pouco exclarecidas a respeito do assunto. : bad :
Esta afirmação está no tópico

Quando falamos sobre o gênero Nepenthes tendemos a generalizar. Erro craso. Cada espécie tem suas características singulares. Existe espécies que controlam as enzimas produzidas dentro do ascideo.


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ivan
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Mensagem por ivan »

Provavelmente, a quantidade do líquido no interior dos jarros seja uma resposta às condições de saúde da planta, a idade do ascídio, a umidade relativa do ar onde ela se desenvolve, etc.

Bruno, acredito que a quantidade de água da chuva que o ascídio receba na natureza seja mínima, já que a morfologia da maioria das espécies tem o "chapéu" que impede o jarro de ficar cheio até a borda, o que o deixaria muito pesado além do risco dos insetos transbordarem.
Ao colocar água pura em grande quantidade lá dentro, altera-se a composição e a proporção dos constituintes, e essa é minha dúvida.
Aquelas espécies suscetíveis a receberem maior quantidade da água da chuva no ascídio, como N. inermis [thumbnail]https://www.hartmeyer.de/Sammlung_09/N_ ... _08_B2.JPG[/thumbnail], podem estar adaptadas a isso e a água da chuva faz parte da composição do líquido.

Para produzir o líquido ela necessita de água, e o que vemos dentro do jarro pode ser um indicador do manejo. Se for um ascídio relativamente novo e com pouco líquido, talvez necessite mesmo subir seu nível. Mas o ideal seria deixar que a própria planta o fizesse, ou seja, dando condições para que ela produza mais líquido na composição específica, com rega e borrifo mais frequentes e aumentando a umidade relativa, como acontece numa estufa ou no próprio ambiente natural. É muito provável também que exista uma diferença de textura desse líquido entre as espécies de Nepenthes, algumas podem tê-lo mais diluído e nas espécies adaptadas a regiões mais secas ele seja mais concentrado, devido à evaporação.

Ricardo, você pode completar com mais água, mas observe se os insetos demorarão mais para serem digeridos, é uma boa informação pra aumentar sua experiência.

Valeu Marciel, não tinha visto esse tópico e estava esperando seu parecer : joia :

Abç.
Editado pela última vez por ivan em 25 Abr 2013, 02:46, em um total de 3 vezes.


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Mensagem por MarcielS »

ivan escreveu:... a quantidade do líquido no interior dos jarros seja uma resposta às condições de saúde da planta, a idade do ascídio, a umidade relativa do ar onde ela se desenvolve, etc...
Seu raciocínio está correto Ivan. Todos estes ítens devem ser levados em consideração. 8-)

Ao que me consta, no habitat da N.inermis não chove a cântaros, mas sim uma chuva fina quase que intermitente.
Me leva a crer que o peristômio quase sem tampa seja uma adaptação da espécie a esse acréscimo de agua.


ps. tópico inteligente Ivan, gostei.


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ivan
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Mensagem por ivan »

Podemos prever que as espécies de grande altitude (highland e ultrahighland) sejam as que possuem essa adaptação da tampa reduzida, justamente para deixar que a água da chuva adentre ao jarro!! Pra quem enxerga as coisas pela ótica da evolução e seleção natural isso é fascinante.


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