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Orquídeas - História

Enviado: 30 Nov 2016, 00:26
por Allan Hartwig
Orquideas


Este artigo é um compilado de vários textos, contando um pouco da história e dos encantos das orquídeas.
Orquídeas são todas as plantas que compõem a família Orchidaceae, pertencente à ordem Asparagales, uma das maiores famílias de plantas existentes. Apresentam muitíssimas e variadas formas, cores e tamanhos e existem em todos os continentes, exceto na Antártida, predominando nas áreas tropicais.
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A palavra orquídea tem origem no vocábulo grego “orkhis“, que significa testículo. Tal palavra parece referir-se à Orchis morio, uma orquídea que ainda pode ser vista naquela região. O nome da família, Orchidaceae, foi assim estabelecido pelo fato das primeiras espécies conhecidas possuírem duas pequenas túberas (espécie de calo) gêmeas, que na visão dos povos que as descobriram sugeriam os testículos humanos.
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Essa família é a maior e mais diversificada de todo o universo das plantas florais, com mais de 25 mil espécies observadas até agora. A cada ano, cerca de 300 novas espécies são acrescentadas à esta lista, e alguns cientistas estimam que mais de cinco mil novas orquídeas ainda não foram descobertas. Mais de 100 mil orquídeas híbridas já foram cultivadas por especialistas em floricultura.
Contudo, na mais recente lista oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção, emitida pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA), enumera 472 espécies, dentre as quais 34 da família das Orquidáceas. Uma delas é a Cattleya labiata, por muitos considerada a mais bela orquídea brasileira e que ocorre apenas no Nordeste (Ceará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe).
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São vários os motivos do progressivo desaparecimento das orquídeas do seu ambiente natural, todos eles relacionados às atividades humanas: expansão das fronteiras agrícolas, queimadas, avanço da especulação imobiliária e da exploração de minérios, além da coleta predatória. O Brasil possui riquíssimo patrimônio representado por 190 gêneros e 2.300 espécies de orquídeas. Esses números tenderiam a crescer, uma vez que novas espécies, vez ou outra, são descobertas. Entretanto, a ameaça é de que ocorra um decréscimo, em razão daquelas agressões ao meio ambiente, aí incluindo-se o comércio criminoso de orquídeas retiradas da mata. Considera-se possível que muitas orquídeas venham a desaparecer para sempre, antes mesmo de serem catalogadas.
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Supõe-se que a história da cultura das orquídeas tenha começado no extremo oriente, sobretudo no Japão e na China, há cerca de 4000 anos, e tem fascinado os homens desde então. Foram utilizadas no passado em poções curativas, afrodisíacos, para decoração e ocuparam grande papel nas superstições. E, por muito tempo, a ciência acreditava que todos os seus segredos haviam sido revelados.
Entretanto, novas descobertas sugerem que as orquídeas surgiram quando os dinossauros ainda percorriam a superfície do planeta, ou seja, muito antes do que se acreditava. Uma investigação na República Dominicana revelou, perfeitamente preservados, no interior de uma pedra de âmbar (parece coisa do filme Jurassic Park), grãos do pólen de uma orquídea grudados nas asas de uma abelha datada de 20 milhões de anos.
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. Até então, os botânicos especializados em história das plantas eram obrigados a basear os seus cálculos em alguns poucos exemplares fossilizados na tentativa de detectar a origem dessas plantas, mas esta descoberta indicou que as orquídeas surgiram em tempos muito remotos. Mais alguns vestígios fósseis foram encontrados, datando do período entre o Jurássico, da era Mesozoica (de 195 a 136 milhões de anos), e o período Cenozoico (64 milhões de anos).
Sua relação com a humanidade iniciou, obviamente, muito depois. A relação homem orquídea teve início, provavelmente, na costa do Mar Mediterrâneo, onde Orchis e Ophrys são nativas ou, então, na China, com o Homem de Pequim.
Há cerca de 4 mil anos, a palavra “lan“, que significa orquídea em chinês, foi citada pelo imperador chinês Sheng Nung, ao dar alguns conselhos sobre o uso do Dendobrium com finalidade medicinal. Não se sabe ao certo quando ela passou a ser cultivada pelo homem e nem se este cultivo foi motivado por razões estéticas ou apenas medicinais. O célebre filósofo Confúcio (551 a 479 a.C.) também faz algumas referências às orquídeas em poemas, principalmente ao seu perfume. Confúcio cultivava orquídeas em casa e disse certa vez que “ligar-se a uma pessoa superior é como entrar em um jardim de orquídeas”.
O primeiro registro no ocidente encontra-se no Enquiry Into Plants (Pesquisa sobre Plantas), pelo filósofo e naturalista grego escrito por Teofrasto, discípulo de Aristóteles, cerca de 300 a.C. Teofrasto é considerado o pai da Botânica. Teofrasto usa a palavra “orchis” para denominar certas espécies. “Orkhis” é a palavra grega para testículos e, apesar dele ter sido o primeiro a mencioná-las, possivelmente não foi o primeiro a observar a semelhança entre as raízes de certas orquídeas terrestres, que vegetam sobretudo nas zonas temperadas da Europa, e os testículos. Ainda hoje, estas espécies são conhecidas pelo mesmo nome: Orchis maculata, simia, mascula, spectabilis e dele derivou o nome de toda família: “Orchidaceae”. Naquela época, as pessoas acreditavam que esses “tubérculos” existentes nas orquídeas locais tinham poderes afrodisíacos e então os usavam na alimentação.
Após a obra de Teofrasto, apareceu uma obra intitulada “De Matéria Médica”, escrita entre 50 e 70 d.C., onde o autor, um médico grego de nome Pedanius Dioscorides e que serviu como cirurgião do exército romano, reuniu informações sobre 500 plantas ditas medicinais, entre as quais se incluíram duas “orchis” – orquídeas. Dioscorides era especializado em botânica medicinal, e usava as orquídeas no tratamento de problemas sexuais. Esta obra foi um referencial da área até a Idade Média.
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No século III, um manuscrito chinês de botânica menciona duas espécies que hoje são conhecidas como Cymbidium ensifolium e Dendrobium moniliforme. Desde então, a palavra chinesa para orquídea “lan” já aparece no herbário chinês. Em outros livros chineses, datados de 290 a 370 de nossa era, há referências diretas às orquídeas. Apesar das inúmeras citações também feitas aos gêneros Vanda e Dendrobium, o Cymbidium foi sempre o mais citado dos três. Mais tarde, durante a Dinastia Sung (960 à 1279), apareceram alguns trabalhos dissertando sobre as orquidáceas, abrangendo os mais diversos aspectos dessas plantas.
Antes dos espanhóis conquistarem o México, a fruta de “Tlilxochitl”, uma espécie de Vanilla, era a mais estimada dentre as especiarias astecas. Este povo admirava também as “Coatzontecomaxochitl”, Stanhopea, como flores sagradas as quais cultivavam em seus jardins. Os astecas utilizavam também algumas espécies de orquídeas para fabricação de cola. Antigas inscrições astecas falam de como a fava da Vanilla era usada pelos seus ancestrais para perfumar a bebida feita a partir do cacau. Os Maias também a utilizavam, e as chamavam de “sisbic”.
Os colonizadores espanhóis foram responsáveis pela introdução da utilização da fava de Vanilla – baunilha – na Europa. Em 1552, no “Manuscrito de Badianus”, pela primeira vez na literatura do Ocidente foi mencionada uma orquídea originária do novo mundo, a Vanilla. Este primeiro estudo sobre a flora da América do Sul. informava que ela era usada como especiaria, como perfume e sob a forma de poção, indicada para se ter uma boa saúde.
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A descoberta de novos mundos, durante a Grande Era da Navegação, levou outros gêneros de orquídeas, principalmente epífitas até então desconhecidas, a fazer parte do universo europeu, que só conhecia as “orchis” terrestres. A primeira a alcançar a Europa foi a Bletia verecunda, oriunda das Bahamas, em 1731. Esta floresceu em 1732, na Inglaterra. Tratava-se de uma orquídea nativa, descoberta nas Índias Ocidentais. Outros indicam como sendo a Brassavola nodosa, no século XVII, na Holanda. No século XVIII, foram introduzidas na Europa várias espécies trazidas da China e das Antilhas e em 1794, 17 espécies estrangeiras já eram cultivadas no Jardim Botânico Real de Kew, na Inglaterra.
Em 1735, o famoso botânico sueco Lineu (Linnaeus, ou Carl von Liné), no seu trabalho “Species Plantarum”, começou a estabelecer a primeira classificação das plantas usando um nome genérico seguido de um nome específico, empregando então pela primeira vez a palavra Orchis para designar um gênero de orquídeas, e citando 62 espécies diferentes nesse seu trabalho. Mais tarde Jussieu usou esse nome para designar toda a família Orchidaceae.
Em 1805, Robert Brown descobriu que as orquídeas tropicais eram epífitas, mas a crença de que elas seriam parasitas persistiu por muito tempo e ainda hoje muitas pessoas continuam acreditando nisto. Só a partir de 1818, o cultivo da orquídea começou a ser realmente difundido na Europa, quando William Cattley conseguiu fazer florir uma Cattleya labiata cujos bulbos chegaram até ele entre as folhagens que foram usadas para embalar um carregamento de plantas vindas do Brasil. A planta, batizada em homenagem ao botânico que a descobriu, foi o ponto de partida para uma verdadeira mania de caça a espécies ainda mais exóticas. Missões eram enviadas aos trópicos para buscarem orquídeas para um público ávido de consumí-las. Muitos habitats foram destruídos para que o preço delas não baixassem e para que a espécie colhida ficasse cada vez mais rara. Muitas orquídeas morriam no transporte pois não se fazia a menor de idéia de como elas deveriam ser transportadas nem como deveriam ser cultivadas. No mesmo século, alguns cultivadores passaram a se interessar em obter informações dos viajantes coletores de plantas sobre o habitat das orquídeas para, a partir daí, começarem a desenvolver uma técnica de cultivo mais adequada às espécies epífitas. Joseph Paxton, jardineiro de 7º Duc de Devonshire, estimulado por John Lindley e baseado nestas informações melhorou as condições de ventilação, rega e umidade. Em 1830, ele foi o primeiro a utilizar estufas separadas para espécies de climas diferentes.
Em 1830, John Lindley, botânico e taxonomista, fez a primeira classificação das orquídeas. Ele escreveu diversos livros sobre plantas mas foram seus trabalhos sobre orquídeas que mais lhe renderam fama, sobretudo “O gênero e espécies das plantas orquidáceas”. Ele deixou um livro inacabado mas que é ainda assim considerado um clássico da botânica, “Folia Orchidacea”. Além disto, ele é o responsável pelo estabelecimento de mais de 350 orquídeas brasileiras, ou seja, mais que 10% de todas as nossas espécies conhecidas até os dias de hoje. Darwin, em 1862, publicou “The Various Contrivances by which Orchids are fertilized by Insects”. Foi a primeira contribuição essencial para o conhecimento e compreensão das estratégias empregadas na propagação das espécies.
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A partir deste momento, cientistas, botânicos, jardineiros e coletores de plantas seus nomes ligados a estas plantas, como por exemplo:
• John Lindley (Gênero: Lindleyella, Neolindleyella, Espécies: Barkeria lindleyana, Cattleyopsis lindleyana, Maxillaria lindleyana, Epindendrum Lindleyanum, Odontoglossum lindleyanum, Sobralia lindleyanum, Bulbophyllum lindleyanum);
• Loddiges (Catlleya loddigesii);
• Skninner (Cattleya skinneri);
• Gould (Laelia gouldiana);
• Sander (Vanda sanderiana, Paphiopedilum sanderiana).
Através dos anos, muitas pessoas eruditas participaram da classificação e da denominação do crescente número de orquídeas trazidas; de regiões tropicais, deixando-nos um legado de realizações substanciais. O cultivo de novas variedades teve início na última metade do século XIX, proporcionando um rápido avanço e produzindo uma infinidade de tipos. O critério de registro da Royal Hortícultural Society tem-se mantido até a presente data, conservando um padrão inigualável no mundo da floricultura.
Talvez pelo fato das plantas ocuparem um lugar importante no estilo de vida inglês e ser a Inglaterra, por esta razão, um país cheio de jardins, foi lá que se deu o grande interesse por estas belíssimas e até então desconhecidas orquídeas. Durante este século, a Inglaterra permaneceu como sendo o principal país importador, seguida da Holanda e da Bélgica.
No século XIX, tomou-se mais fácil importar orquídeas dos trópicos, e o progresso na fabricação de vidros facilitou a construção de estufas. As pessoas de alto poder aquisitivo e a aristocracia sentiram-se motivadas a cultivá-las, a ponto de competir na coleta de espécimes raros e bonitos. Embora aristocratas e eruditos tenham organizado expedições por regiões tropicais ainda inexploradas à procura das flores, a maior contribuição veio de coletores contratados por negociantes de orquídeas. Essas pessoas solitárias trabalhavam meses ou anos, arriscando suas vidas. Embora as recompensas fossem substanciais, caso encontrassem espécimes raros, muitos deles se deparavam com um trágico destino, após uma longa e solitária viagem. A Skinner (Skinneri) é uma das muitas plantas cujos nomes foram mantidos através dos séculos para homenagear coletores de orquídeas. Ainda no mesmo século, o checo Benedict Roezl deu a volta ao mundo para coletar mais de 800 espécies de orquídeas. Hoje, cerca de 40 plantas trazem o seu nome. Mais ou menos na mesma época, o botânico inglês John Day devotou toda a sua vida às plantas, criando uma série de mais de 50 álbuns contendo cerca de três mil belíssimos e bem detalhados desenhos e aquarelas.
Em 1906, foi publicado o volume III da “Flora Brasiliensis”, a primeira grande obra dedicada exclusivamente às orquídeas brasileiras e inclui descrição das plantas e apresentação de desenhos. A coleção de 40 volumes foi iniciada por Von Martius, e diversos cientistas trabalharam em sua conclusão. Coube a Cogniaux completar o estudo sobre as orquídeas, que contou com a colaboração de Barbosa Rodrigues, que cedeu seus desenhos e aquarelas. Barbosa Rodrigues (1842-1909), além de ter sido um importante botânico e respeitabilíssimo diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, deixou um legado muitas obras científicas nos mais diferentes campos (arqueologia, entomologia, zoologia, botânica e história) e também aquarelas e desenhos onde ele aliava o rigor científico a um agudo senso artístico. Os originais de suas aquarelas, recuperados pela Universidade da Basiléia, Suíça, foram publicados em 2 volumes – “Iconographie des Orchidées du Brésil” – depois de 6 anos de pesquisas, de trabalho e de longas negociações diplomáticas. São 380 aquarelas documentando 700 espécies de orquídeas e que ficaram praticamente inéditas durante 100 anos.
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Em 1921, foi fundada nos Estados Unidos uma sociedade orquidófila chamada American Orchid Society (AOS), que passou a congregar a orquidofilia americana. Com o decorrer dos anos, ela se estendeu e passou a ter força mundial. Hoje temos espalhados pelo mundo uma infinidade de sociedades orquidófilas, que de certa forma se reportam a centralização da AOS. Houve então, um grande incremento no cultivo de híbridos, principalmente com a descoberta da cultura assimbiótica, por Knudson, em 1922, que foi divulgada no Congresso Internacional de Ciências Botânicas, reunido em Ithaca, em 1926, sob o título “Physiological investigations on Orchid seed germination”.
Em outro tópico, contarei um pouco há história das orquídeas, aqui no Brasil, mais especificamente, Joinville.
Hoje, as espécies estão voltando a ter o seu lugar nas coleções de orquídeas. Os híbridos são mais explorados pelos estabelecimentos comerciais, para corte de flores e aluguel de plantas. O mercado amador sofreu uma profunda mudança, porque, grande parte dos orquidófilos já produzem suas próprias plantas.
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A evolução da propagação
Até o fim do século XIX, a germinação das sementes das orquídeas era um mistério. Em 1899, um biólogo francês, de nome Noël Bernard, examinando umas plântulas no microscópio, percebeu, com surpresa, a presença de filamentos envolvendo suas raízes: um fungo, identificado mais tarde, como Rhizoctonia. A partir de suas observações publicou-se diversos estudos descrevendo a natureza e o papel desempenhado pela associação orquídea-fungo na germinação das sementes. Seu trabalho, resultado de 10 anos de pesquisa, foi publicado em 1909 e explicava a associação entre as orquídeas e o fungo (micorriza). Foi uma grande revolução na cultura das orquídeas e seu trabalho abriu caminhos para novos estudos.
O alemão Hans Burgell prosseguiu com os estudos e elaborou um outro método também utilizando a cultura de fungo para fazer germinar as sementes. Mas em 1922, a fórmula de Lewis Knudson (cientista americano) suplantou todas as outras. Utilizando uma gelatina estéril contendo sais minerais e açúcares, podia-se reproduzir em laboratório os mesmos efeitos do tal fungo, possibilitando a germinação. Outras soluções foram desenvolvidas, algumas bastantes eficazes mas a maior parte é baseada no método de Knudson.
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Com a Primeira Guerra Mundial, devido à carência de combustível para manter as estufas, muitas coleções foram perdidas. Nas Américas, inclusive nos Estados Unidos, onde não ocorreu esta carência, o interesse pela orquídea foi despertado e diversos viveiros foram criados em todos os continentes sobretudo nas áreas tropicais. Houve grande progresso na hibridização de orquídeas que passaram a ser cultivadas em maior escala.
Em 1960, Professor George Morel, outro botânico francês, descobriu uma maneira de obter centenas de espécies idênticas a partir de uma só planta mãe, através da cultura meristêmica, sem haver necessidade de recorrer à germinação da semente. Trata-se de um método difícil que necessita de muitos equipamentos e só pode ser executado em laboratório. Obtêm-se mudas a partir da cultura do meristema ou mesmo de uma ponta da folha. Meristema é um tecido vegetal cujas células se multiplicam de forma rápida e intensa, é uma bolinha de aproximadamente 1 milímetro de diâmetro, localizada no interior da gema.
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Referências
https://pt.wikipedia.org/wiki/Orqu%C3%ADdea#Etimologia
https://www.delfinadearaujo.com/historia/origem1.htm
https://aorquidea.com.br/arq01.html
https://www.orquidario.org/palestras/palestra004.htm
https://www.damianus.bmd.br/
https://www.revistaplaneta.com.br/o-seg ... orquideas/
https://www.orquideas.eco.br/historia-das-orquideas/
https://www.orquidofilos.com/alerta-34- ... a-natureza

Re: Orquídeas - História

Enviado: 30 Nov 2016, 09:04
por Edson Poscai
óiaaaaa, tá pra lá di bão. : joia : : joia : : joia :

amigo, quero ver se mais tarde eu colha as 50 ou 100 perguntas que lhe fiz a respeito do cultivo. :oops: :oops:

penso as duvidas que eu tive, muitos terão, e serão de gde valia verem as dicas. : joia :

Re: Orquídeas - História

Enviado: 30 Nov 2016, 11:20
por Allan Hartwig
Grande Edson, obrigado.
Sim, será bem interessante. Estou bolando algo como tópicos e explanar um pouco a respeito de cada um deles.
Abraço.

Re: Orquídeas - História

Enviado: 30 Nov 2016, 14:24
por bruno.matorizen
Muito legal! Cultivo algumas espécies em minha casa mas infelizmente não tenho as identificações de espécies. Devo ter aproximadamente 15 espécies.

Re: Orquídeas - História

Enviado: 30 Nov 2016, 20:02
por Allan Hartwig
bruno.matorizen escreveu:Muito legal! Cultivo algumas espécies em minha casa mas infelizmente não tenho as identificações de espécies. Devo ter aproximadamente 15 espécies.
Valeu Bruno, obrigado.
Posta suas orquídeas num tópico para que possamos identifica-las.
Abraço.

Re: Orquídeas - História

Enviado: 01 Dez 2016, 09:01
por viniciusferalbu
Muito boa a postagem! Muito bem escrito!
Vale salientar pra informação geral, que quem quiser, pode fazer cultivo in vitro em casa, sem muitos equipamentos, existem técnicas baratas, simples e eficazes para cultivadores hobbystas poderem germinar e cultivar seus híbridos em casa *(sementes oriundas de cruzamentos entre espécies diferentes assim como nas carnívoras são altamente comuns entre as orquídeas também) e poderem se orgulhar de seu trabalho!

Re: Orquídeas - História

Enviado: 01 Dez 2016, 21:41
por Edson Poscai
Vinícios, todo complemento é bem vindo. : joia :

lhe peço amigo, qdo dispor de tempo e paciência você tbm ir complementando.

este é um tema infinito, há fóruns sobre este cultivo. buscamos então em um tópico expor o máximo possível.

lhe pediria, eu eu fosse comprar algumas hj, quais você me recomendaria? seriam de mais simples cultivo? quais os vasos e modos em q a orquidea melhor se adapta? há o contra tbm, quais as principais doenças e outros q atacam? se atacado como proceder e quais métodos usar e/ou aplicar?

peço não ser mal interpretado, mas peço a ajuda e participação de todos q puderem ajudar e ampliar este tópico. : joia :

começando... amigo Allam o que você pode me sugerir?

minhas primeiras duvidas... de muitas que virão. :?

- irei receber as mudas q você está me enviando. mas só tenho vasos pretos, não tem outros aqui na região, exceto o de cerâmica, mas este é pesado$$ quais outros métodos você pode me indicar como mais prático e ok?

- eu sempre vejo minha mãe amarrar as dela em um tronco de madeira, poderei fazer o mesmo?

- molhamos sempre ou vez ou outra?

- ao plantar usamos sphagnum ou fibra de coco junto a base da madeira, usarei um caibro?

- se eu achar vasos posteriormente poderei replantar, e usar o substrato padrão q li ser carvão+sphagnum+fibra de coco+pinus (estes higienizados antes (prevenção)

quais os sinais q devo ficar atento na planta para saber se está ok, ou falta algo?

se prepara amigo....

Re: Orquídeas - História

Enviado: 01 Dez 2016, 21:57
por Allan Hartwig
viniciusferalbu escreveu:Muito boa a postagem! Muito bem escrito!
Vale salientar pra informação geral, que quem quiser, pode fazer cultivo in vitro em casa, sem muitos equipamentos, existem técnicas baratas, simples e eficazes para cultivadores hobbystas poderem germinar e cultivar seus híbridos em casa *(sementes oriundas de cruzamentos entre espécies diferentes assim como nas carnívoras são altamente comuns entre as orquídeas também) e poderem se orgulhar de seu trabalho!
Salve Vinicius, obrigado.
Sim, pode ser usado o mesmo meio de cultura usado em orquídeas, nas pcs, a confecção do meio de cultura não é dificil, tendo inumeras receitas, o complicado do cultivo in vitro, é manter todo o meio estéril, principalmente na hora de colocar as sementes no vidro, bem como no momento da repicagem, sem o uso de uma capela de fluxo laminar. Fazendo o uso de uma capela, pode ainda ocorrer a contaminação por fungo, lançando mão da mesma, as chances de se perder as sementes e/ou seedling cresce exponencialmente.
Para um cultivador de pcs que tem o intuito de comercializar as plantas, é extremamente viável e recomendável, mas para hobystas, fica um tanto inviável.
Forte abraço.

Re: Orquídeas - História

Enviado: 01 Dez 2016, 23:07
por Allan Hartwig
Edson Poscai escreveu:Vinícios, todo complemento é bem vindo. : joia :

lhe peço amigo, qdo dispor de tempo e paciência você tbm ir complementando.

este é um tema infinito, há fóruns sobre este cultivo. buscamos então em um tópico expor o máximo possível.

lhe pediria, eu eu fosse comprar algumas hj, quais você me recomendaria? seriam de mais simples cultivo? quais os vasos e modos em q a orquidea melhor se adapta? há o contra tbm, quais as principais doenças e outros q atacam? se atacado como proceder e quais métodos usar e/ou aplicar?

peço não ser mal interpretado, mas peço a ajuda e participação de todos q puderem ajudar e ampliar este tópico. : joia :

começando... amigo Allam o que você pode me sugerir?

minhas primeiras duvidas... de muitas que virão. :?

- irei receber as mudas q você está me enviando. mas só tenho vasos pretos, não tem outros aqui na região, exceto o de cerâmica, mas este é pesado$$ quais outros métodos você pode me indicar como mais prático e ok?

- eu sempre vejo minha mãe amarrar as dela em um tronco de madeira, poderei fazer o mesmo?

- molhamos sempre ou vez ou outra?

- ao plantar usamos sphagnum ou fibra de coco junto a base da madeira, usarei um caibro?

- se eu achar vasos posteriormente poderei replantar, e usar o substrato padrão q li ser carvão+sphagnum+fibra de coco+pinus (estes higienizados antes (prevenção)

quais os sinais q devo ficar atento na planta para saber se está ok, ou falta algo?

se prepara amigo....
Salve Edson.
Sem problemas, vamos lá.

-Quanto ao vaso:A cor do vaso pouco importa, visto que a planta não irá ficar exposta ao sol direto, mas caso fique por consequencia do local onde esta o orquidário ou prateleira, será apenas por um curto período de tempo. Ao tipo do vaso, eu costumo usar mais os de cerâmica, mas uso também os de plastico, o tipo do vaso não importa tanto, a não ser que este seja muito pequeno para a planta, ou muito grande para ela, neste caso principalmente para mudas pequenas, onde deverá ter um vaso pequeno para que suas raízes se fixem e haja um bom desenvolvimento da planta. Porém, para esta espécie que estou lhe enviando, a Stanhopea, esta normalmente faz a sua haste floral, para baixo, diferentemente das outras plantas que fazem para cima, neste caso, o ideal seria um cachepo de madeira, para que tenha espaço para sair sua haste floral. Pode ser usado uma tela ou algo do tipo, qualquer coisa que permita a saida da haste, ou prende-la em um pedaço de madeira, ou numa arvore.

-Quanto a amarração, pode ser feito como você havia citado, com tiras de tecido, pode ser usado fitilho de plástico, qualquer coisa que não corte a planta, pode ser usado até estas sacolas de supermercado. A planta deve ser amarrada firme, mas não ao ponto de machuca-la, ela deve estar firme, sem que haja movimento dela no local onde foi fixada.

-A quantidade e frequência da rega, esta diretamente relacionada ao local de plantio, ou seja, se você optar por amarrar a planta em um pedaço de tronco, a rega deve ser mais constante, pois não há onde reter a umidade. Caso sua planta estiver em um vaso, o substrato nele contido, retém mais a umidade. Resumindo, você vai fazer a rega quando o substrato estiver seco, eu por exemplo, molho as minhas todos os dias, o que não pode, ao contrario das carnívoras, é ficar agua empoçada. Mesmo que, no dia anterior eu molhei, e hoje o substrato ainda encontra-se úmido, e eu fizer a rega, não tem problema, desde que não fique agua empoçada.

-Poderá usar o sphagum ou a fibra de coco na amarração junto ao caibro, sem problemas, este servirá apenas para segurar um pouco de umidade, mas caso opte por não usar nada, somente a planta amarrada no caibro, não ira prejudicar a planta, pois esta é epífita, adapta-se em qualquer superfície. Eu ja amarrei orquídeas em osso, cipó, já vi muito orquídeas sendo plantadas em vasos tendo como substrato somente brita, amarradas em telhas.
Obs: Caso opte por amarrar em troncos ou galhos de arvores, certifique-se de que o mesmo não tenha casca, pois se você amarrar a planta, com o tempo a casca ira se soltar, desprendendo assim a planta do local, pois suas raízes estão fixadas na casca.

-Poderá replantar sem problemas, evita-se fazer o replantio no inverno, mas também isso não é tão critico, já fiz replantio no frio e a planta esta firme e forte. O que deve ser evitado é quando a planta esta com haste floral. E, como em qualquer planta, cuidar para que não danifique as raízes, principalmente as novas, que ficam na parte frontal da planta.
E, na hora do replantio (não é obrigatório, eu sempre faço), fazer a higienização da planta, cortar as raízes velhas (pode-se apertar nas raízes mais escuras da parte de trás, se estiverem ocas e moles, pode cortar), corte dos pseudo bulbos secos, até mesmo lavar a planta na torneira, lavar as folhas com esponja e se quiser usar um detergente neutro pode usar que ela não ira achar ruim, vai lhe agradecer por limpar seus estomatos.
Feito a limpeza, selecione o vaso e o substrato, pode usar esse que você comentou, ou somente a casca de pinus e o carvão, eu uso somente este. Sempre posicione a parte de trás da orquídea na borda do vaso, para que ela tenha espaço para poder crescer, caso plante no meio, logo ele chegará a outra borda, e terá que refazer o replantio.

-Provavelmente vou esquecer de algo, mas vamos lá: Desidratação, como a maioria das plantas você percebe que ela da uma murchada, nos psedobulbos você percebe que ficam estriados e se retraem, muito comuns e visíveis em Cattleyas e Laelias, mesmo que você reidrate, estes não voltam mais como eram antes, a planta esta saudável, hidratada, mas as estrias não desaparecem (isso ocorre também quando os psudobulbos estão velhos, processo normal)
Manchas pretas, sinal de queimadura do sol, é o mais comum, mas se a planta estiver infecteda com virus, o mesmo deixa manchas pretas também (e até onde sei não há cura). Manchas e/ou folhas amareladas, excesso de umidade (há exceções).
Folhas comidas, como em qualquer planta, lesmas ou caramujos, deve-se fazer catação ou uso de inseticida.
Maior vilão das Cattleyas e Laelias, Tenthecoris, aqui chamamos de flamenguinho, uma praga, suga a seiva da folha da planta deixando no local da picada manchas brancas, como para nós, o mosquito, também usa-se inseticida, bem como para pulgões e cochonilha.

É bem provável que de momento devo ter esquecido de algo.
Ao contrario de que muitos pensam, e muitos ainda pintam o cultivo de orquídeas como um bicho de sete cabeças, e não é verdade, pelo contrario é bem simples.
Sendo a maior parte delas epífitas, adaptou-se para fixar-se em galhos, arvores, pedras. Não sendo um parasita de onde esta fixada, depende do que chega a ela para sobreviver, tornando-as fortes. Salvo algumas espécies mais sensíveis, são extremamente adaptáveis, respondem muitíssimo bem a adubação, afinal, qual planta que não gosta de nutrientes?
Em fim, dando o cuidado necessário (requisitado de espécie a espécie), não expondo diretamente ao sol (sobretudo há orquídeas terrestres que suportam muito bem ao sol pleno), não deixar seu substrato encharcado e/ou compactado, adubando com frequência (eu adubo toda semana, intercalando de tempos em tempos em químico e orgânico), você terá uma excelente planta, florindo todos os anos.
Espero ter respondido tudo rsrs.
Abraço.

Re: Orquídeas - História

Enviado: 02 Dez 2016, 03:12
por viniciusferalbu
Edson Poscai escreveu:Vinícius, todo complemento é bem vindo. : joia :

lhe peço amigo, qdo dispor de tempo e paciência você tbm ir complementando.

este é um tema infinito, há fóruns sobre este cultivo. buscamos então em um tópico expor o máximo possível.

lhe pediria, eu eu fosse comprar algumas hj, quais você me recomendaria? seriam de mais simples cultivo? quais os vasos e modos em q a orquidea melhor se adapta? há o contra tbm, quais as principais doenças e outros q atacam? se atacado como proceder e quais métodos usar e/ou aplicar?

peço não ser mal interpretado, mas peço a ajuda e participação de todos q puderem ajudar e ampliar este tópico. : joia :
Se fosses comprar uma orquídea hoje, eu recomendaria comprar orquideas vandaceas são vigorosas, florescem até 5 vezes ao ano, geralmente com flores muito grandes, duradouras e muito perfumadas, se bem adubadas, aceitam uma insolação quase plena, mantenho as minhas em pontos onde receberão pelo menos umas três horas de sol pleno, não necessitam de nenhum substrado, geralmente os cultivadores as mantêm penduradas apenas por um arame, têm uma beleza extraordinária em suas raizes aéreas pendentes, sou apaixonado pelas Vandas, são caras e raramente emitem mudas, tendo um crescimento monopodial, mas caso você adquira Vandaceas (Ascocentrums, Renantheras, Rynchostylis e híbridos intergenéricos) raramente seu orquidário ficará sem flores! Recomendo o Vandário Mokara, que é de onde adquiri vandas adultas de qualidade!

Outro gênero de fácil cultivo é o Dendrobium, que tem uma infinidade de espécies e híbridos, recomendo qualquer Dendrobium no geral para iniciantes, florescem vigorosamente, mas geralmente de uma a duas vezes ao ano, desses, quando você quiser, basta me pedir que eu te envio algumas mudas, um grande ponto positivo desse gênero é que emitem muitas brotações em pseudobulbos velhos que se tornam indivíduos independentes em pouco tempo. A maioria vai bem amarrado em pedaços de madeira.

Cattleyas são muito boas para cultivar, mas a maioria não se dá muito bem com sol, precisam de uma filtragem de luz maior que as anteriores, nada que um bom sombrite não resolva, mas para além do sol, também não se dá muito bem com ser cultivada a chuva plena acaba apodrecendo, a maioria vai bem em vasos e cachepôs, mas também em madeira, gosto do formato das flores das Cattleyas, mas a variação de cores é menor que a que ocorre nos dois outros tipos que recomendei antes.

Quanto a vasos, não sendo grandes, tá bom, orquídea gosta de ficar em espaços menores, podem ser de toda cor, tamanho, têm de ser bem drenados basicamente.

As doenças mais comuns são infestações de ácaros, colchonilhas, infecção fúngica da raiz ou gema apical, é difícil curar infecção fúngica, mas tem como, infecções bacterianas não costumam ter cura em orquídeas. Quanto a como proceder, cada doença tem um tratamento, que envolve, desde aspergir leite dissolvido em água, a passar escova de dentres macia nas regiões afetadas por colchonilhas por exemplo.

Emfim, a outra parte o amigo Allan supriu bem com suas respostas hehehe!

Precisando estou às ordens, chame que eu tento te ajudar!