Plantas Carnívoras

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Possivelmente a planta carnívora mais conhecida por todos nós, a Dionaea Muscipula Ellis ou muito comummente identificada como Venus Flytrap. A beleza desta planta é indescritível, e parece mentira enquanto não vemos pelos nossos próprios olhos.
De acordo com (Swenson, 1977) o primeiro relato desta magnifica planta surgiu no ano de 1765 quando John Bartram descobriu estas maravilhosas plantas quando visitava as colónias Americanas. Recolheu alguns espécimes que enviou de imediato para Inglaterra para serem estudadas pelos botânicos do Royal Botanic Gardens, Kew, mais conhecido por Kew Gardens. John Ellis, um botânico dessa época, está creditado como sendo o primeiro a descrever e a atribuir o nome a esta planta (Dionaea Muscipula Ellis) mais conhecida como Venus Flytrap.

Atriz principal na maioria dos documentários, cartoons e mesmo em alguns filmes de Hollywood (terror/comédia), apresento-vos então a mais conhecida e quem sabe, a mais cobiçada das plantas carnívoras.

A Dionaea Muscipula é uma planta de género monotípico, ou seja, só existe apenas uma espécie no género Dionaea e essa espécie é a muscipula. Assim, e sendo muitas vezes confundido entre os cultivadores de plantas carnívoras, não é possível cultivar espécies diferentes com características distintas tal como acontece com outras plantas e que dão origem a híbridos (cruzamento de espécies).
No entanto, através do cultivo de algumas plantas com características únicas, tem existido múltiplas variedades cultivadas , que são normalmente designadas por cultivares (desenvolvido mais adiante).

A origem da Dionaea Muscipula é bastante restrita como podem ver no MAPA apresentado. A localização geográfica do habitat natural destas plantas situa-se nos pântanos do sudeste dos EUA mais precisamente nas planícies costeiras da Carolina do Norte e do Sul.

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Planta pequena disposta em roseta, formando um padrão circular em torno do ponto de crescimento, onde novas folhas são formadas a partir do centro da roseta (James; Petropolo, 1986).
Dispõe de um rizoma e com raízes fibrosas que podem atingir os 10-15 cm de profundidade (Schnell, 1976).
Cultivadas desde semente, estas plantas demoram 3 a 4 anos até atingirem a maturidade e podem chegar a viver durante 20 a 30 anos (D’Amato, 1998).

Sementes de Dionaea
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Credits to: Wikipedia

Dionaeas a nascerem por semente
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Ponto de crescimento de novas folhas
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Poupando em grandes nomes técnicos, de modo a simplificar a explicação do mecanismo de captura das Dionaeas, chamar-se-á simplesmente “armadilha” ao conjunto das duas metades não muito diferentes de uma concha.
Nas margens (onde as duas metades não estão unidas) estão numerosos “dentes” ou “pêlos” que servem para reter os insectos quando a armadilha é activada, funcionando como uma espécie de grade e impossibilitando a sua escapatória. Nesta zona da armadilha é onde se situam as minúsculas glândulas nectaríferas que segregam o néctar para atrair os insectos.

A armadilha está normalmente aberta num ângulo de 45-60º e o interior de cada metade está revestido por glândulas digestivas microscópicas. Cada metade contém 3 pêlos “gatilho” dispostos num padrão triangular que são os responsáveis pela activação da armadilha (Schnell, 1976).
O interior das armadilhas é normalmente colorido e com a produção de néctar nas suas margens, torna-se num estímulo irresistível para os sentidos apurados dos insectos, nomeadamente das moscas e formigas (Rice, 2006).

Quando os insectos entram na armadilha, como resposta aos estímulos das cores e do néctar que a planta segrega, entra em contacto também com os pêlos “gatilho” que se encontram no seu interior. Quando um deles é tocado a armadilha não fecha logo, pois pode ser uma gota de água da chuva, uma folha que possa ter voado com o vento etc., mas fica em contagem decrescente durante 20 segundos. Se o mesmo pêlo ou outro forem tocados 2 vezes num intervalo inferior a 20 segundos, a planta assume que “algo” se encontra no seu interior e rapidamente activa o mecanismo da armadilha fechando-o numa questão de milésimos de segundo.

A rapidez deste movimento depende da luminosidade a que a planta está exposta, bem como à temperatura a que está sujeita, quanto mais luz esta recebe e se as temperaturas tiverem de acordo com as necessidades da planta, mais rápida esta será no movimento da armadilha. A idade da planta e a sua saúde em geral são também factores determinantes (James; Pietropaolo, 1986).

Se de facto não for detectado mais movimento depois da armadilha ter sido activada, esta passado um dia sensivelmente abrirá de novo, pois assume que nenhum insecto está no seu interior ou que o mesmo conseguiu escapar.

Caso exista mais movimento quando a armadilha é fechada, através da luta do insecto em tentar sair, este toca persistentemente nos pêlos “gatilho” e então a armadilha continua a fechar-se cada vez mais ficando totalmente fechada (hermeticamente) para que a planta segregue os fluidos digestivos no seu interior e tenha a sua bela refeição.

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Apesar de apenas existir uma espécie de Dionaea, existem no entanto várias formas e cultivares (D’Amato, 1998).
Alguns podem representar variedades naturais encontradas na natureza e outros criados artificialmente através de manipulação genética ou mesmo da ocorrência de mutações em cultura de tecidos (D’Amato, 1998).

Espero que este artigo contribua para que todos possam tirar as suas duvidas relativamente a esta maravilhosa planta. Obviamente que muito ainda está por dizer, mas o que se pretende é que seja um começo, um bom começo para quem procura a informação adequada e que dela possa tirar partido para se sentir mais apto e confiante quando lida com as suas Dionaeas.

É apenas um ponto de partida a uma experiencia bastante gratificante, que é o cultivo destas plantas fantásticas
Sintam a liberdade de colocarem todas as vossas duvidas que acharem necessárias

Assim me despeço, mas prometo voltar com mais espécies
Cumprimentos a todos