Tipos de Polinização

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MarcielS
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Tipos de Polinização

Mensagem por MarcielS »

Tipos de polinização de acordo com o agente polinizador


Entomófila: feita pelos insetos.
Dentre esses agentes polinizadores, merecem destaque especial às borboletas e as abelhas. O uso de abelhas na agricultura pode aumentar a produtividade da lavoura e multiplicar rapidamente os lucros das fazendas, sem a necessidade de grandes investimentos.

Ornitófila: polinização intermediada por pássaros.
A língua e o bico longos do beija-flor, por exemplo, são adaptações que facilitam a obtenção do néctar, mola propulsora da ornitofilia.

Quiropterófila: polinização em que o grão de pólen é disseminado por morcegos.
Eles costumam transportar o pólen de uma flor para outra com uma precisão quase infalível, e muitos morcegos obtêm parte significativa de sua dieta proteica do pólen consumido. Foi constatado que grão de pólen das flores polinizadas por morcegos possui níveis proteicos significativamente maiores que os polens de flores polinizadas por insetos.
As flores quiropterófilas exibem, dentre outras características, um forte odor de fermentação ou de frutas, ou de cheiro azedo igual ao que esses animais produzem para atrair outros indivíduos.

Existe uma estreita correlação entre o tipo de polinização usado por uma espécie de planta e as características de suas flores e estruturas reprodutoras.

Flores coloridas, por exemplo, são especializadas em atrair pássaros e insetos; flores noturnas geralmente são brancas, ou de coloração clara, e bastante perfumada, são especializadas em polinização por morcegos; a produção de néctar é uma forma de atrair animais polinizadores (insetos,pássaros e morcegos); algumas flores produzem grande quantidade de pólen (liso e leve) para ser levado pelo vento, etc. Em resposta ao serviço prestado às angiospermas, os animais polinizadores são recompensados com o néctar doce, rico em energia, ou com o pólen, rico em proteínas. Os animais, em verdade, não têm “consciência” do importante serviço que realizam, fazendo-o, apenas, porque têm fome.

Hidrófila: feita pela água.
Fenômeno raro entre as angiospermas. Muito poucas angiospermas, cerca de 79 famílias e 380 gêneros, são aquáticas e submersas, vivendo em ambientes marinhos ou de água doce.
Em cerca de 18 desses gêneros, o pólen é transportado sobre a água ou flutua de uma planta à outra na superfície da água. Em algumas dessas plantas, os grãos de pólen são filiformes, aumentando assim suas chances de entrar em contato com o estigma receptivo, ou então eles são encadeados entre si, surtindo o mesmo efeito. Há espécies em que a flor estaminada (dotada de estames) inteira é liberada debaixo d’água e flutua até a superfície, onde os estames se tornam eretos e funcionam como uma vela. Flutuando, a grande flor pistilada (dotada de pistilo ou carpelo) cria, devido à tensão superficial, uma depressão na superfície da água, na qual as pequenas flores estaminadas “caem”.

Anemófila: feita pelo vento.
Nas gimnospermas, cujos grãos de pólen são dotados de duas cavidades cheias de ar, a fim de facilitar o transporte, a polinização ocorre, via de regra, pelo vento. As flores das plantas dotadas depolinização anemófila são, geralmente, pequenas, desprovidas de perianto, pouco atrativas, carentes de nectários e, como mencionamos acima, produtoras de grande quantidade de pólen. Sendo levados pelas correntes de ar e depositados por toda a planta, a produção do polén em pequena escala reduziria muito a probabilidade da polinização. Com a superprodução, o desperdício de grãos de pólen é compensado, assegurando, assim, a chance de que alguns caiam sobre os estigmas. As anteras das espécies anemófilas apresentam filetes longos e flexíveis (figura a seguir) que, oscilando com o vento, facilitam a dispersão do grão de pólen, por ocasião da deiscência das anteras. Os estigmas dessas espécies costumam ser longos, ramificados e deaspecto plumoso, o que lhe confere maior superfície receptiva. Frequentementeas flores são de sexos separados (díclinas) e as pequenas flores masculinas podem se apresentar reunidas em espigas que, quando agitadas, soltam nuvens de pólen.

De acordo com o caminho percorrido pelo pólen


Direta ou autogâmica: é a polinização em que o grão de pólen cai no carpelo da mesma flor que o produziu.
A autogamia é o tipo mais raro de polinização e pode ocorrer nas flores monóclinas (bissexuadas), que, na maioria dos casos, não se autofecundam.
Em algumas flores, conhecidas como protândricas, verificam-se, primeiramente, o amadurecimento do androceu (papo-de-peru, compostas, etc) e, em outras, denominadas flores protóginas, o gineceu é o primeiro a amadurecer (salvia, crucíferas, etc). Esse fenômeno deamadurecimento em tempos diferentes, que é chamado dicogamia, impede uma polinização direta, em condições naturais. Além da dicogamia, a autopolinização pode também ser impossibilitada pela disposição dos carpelos e dos estames, que impede a queda do pólen no estigma da mesma flor. Este fenômeno, que ocorre na íris, por exemplo, é conhecido como hercogamia. Há ainda muitas espécies, em que ocorre uma auto-incompatibilidade genética. Neste caso, os grãos de pólen produzidos por uma planta são incompatíveis com os carpelos da própria flor, só se desenvolvendo em flores de outras plantas. Se uma planta é geneticamente incompatível, ela terá sempre fecundação cruzada, mesmo que seus polens e estigmas entrem em contato regularmente e amadureçam ao mesmo tempo.

Lembrando que nas flores cleistogâmicas, como as ervilhas-de-cheiro, utilizadas por Mendel, o perianto enclausura o androceu e o gineceu, obrigando a que ocorra, naturalmente, uma autofecundação.
A autopolinização pode ser vantajosa em algumas circunstâncias.
Populações de plantas autogâmicas possuem, via de regra, proporções maiores de indivíduos geneticamente semelhantes do que populações onde predomina a polinização cruzada (xenogamia). Dependendo do genótipo, muitos indivíduos das plantas autopolinizadas podem estar bem adaptados a um determinado ambiente. Uma segunda vantagem é a independência em relação aos animais ou outros agentes polinizadores. Sob qualquer circunstancia, exceto em se tratando de dano físico ou extrema seca, as plantas autopolinizadas produzirão sementes. Esta segunda vantagem explica o fato de as espécies autopolinizadas serem relativamente bem representadas em locais onde animais visitantes podem ser raros, como nas altas montanhas ou nosextremos norte e sul do planeta.

Indireta ou alogâmica: é a polinização em que o grão de pólen cai sobre o carpelo de outra flor, situada no mesmo organismo.
Ocorre em plantas monoicas (bissexuadas) dotadas de flores díclinas (unissexuadas).

Cruzada ou xenogâmica: é a polinização em que o grão de pólen de uma flor é transferido para o carpelo de outra flor situada em um organismo diferente.
Essa, em condições naturais, é o único tipo de polinização possível para asplantas dioicas (unissexuadas). A polinização cruzada aumenta a probabilidade de serem formadas novas combinações gênicas nos descendentes, podendo, como consequência, promoverem a adaptação da prole a possíveis variações ambientais. Dessa forma, ela atua impulsionando a evolução.

... : joia :


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rdrgobra
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Mensagem por rdrgobra »

De todas essas polinizações a mais inusitada, a meu ver, é a anemófila 8-) . Se não me engano o pinheiro Araucária (Araucaria angustifolia) se vale do vento para polinizar suas flores, razão pela qual na época de sua floração ser registrado um alto índice de alergias provocadas pelo excesso de pólen presente no ar :? .

Abs,

Rodrigo F. Costa


"Acho que a televisão é muito educativa. Todas as vezes que alguém liga o aparelho, vou para a outra sala e leio um livro."

Groucho Marx (1890-1977)
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