Fósseis de animais gigantes são encontrados no sertão do Piauí
As crianças foram chegando barulhentas e rapidamente se posicionaram nas margens da Lagoa dos Porcos, no povoado Lagoa Feia, no município de São Lourenço do Piauí, quase 600 quilômetros de Teresina. Logo em seguida a pesquisadora Gisele Felici, da Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM), começou a mostrar uma das defesas de um mastodonte retirado do fundo da lagoa. Atentos, os alunos da única escola do povoado pareciam impressionados em ver de perto esqueletos gigantes de animais que viveram ali há milhares de anos.
Não somente as crianças ficaram atônitas com a descoberta cientifica mais também os adultos que desde a chegada dos pesquisadores da FUMDHAM não param de visitar o local das pesquisas onde, desde crianças, passam diariamente para pegar água, que aflora no local, para alimentar os animais.
Em pleno semi-árido, a região pesquisada foi descoberta através do projeto “A Água e o Berço do Homem Americano”, coordenado pela arqueóloga Niède Guidon, presidente da FUMDHAM, que alia pesquisa científica à mais elementar necessidade básica do homem, água para sobreviver. Quando concluído, o projeto beneficiará mais de 60 mil pessoas em sete municípios localizados na Caatinga piauiense.
Segundo Gisele Felici, a FUMDHAM tem mapeado os lugares na região onde existe a possibilidade de encontrar animais da megafauna. Diante da informação, buscaram aprovação de um projeto que pudesse resolver o problema da água na região, escavando as lagoas e transformando em adutoras ao tempo em que resgatariam os fósseis dos animais. O projeto, com duração de 2 anos foi orçado em três milhões de reais e aprovado pela Petrobrás Ambiental.
Na Lagoa dos Porcos, cercada de crianças, Gisele continuou mostrando os fósseis dos bichos gigantes. Havia costelas,vertebras, dentes, crânios e outros ossos encontrados no fundo da lagoa em perfeito estado de conservação embora estivessem ali há pelo menos 10 mil anos. Curiosas, as crianças perguntaram como os esqueletos foram encontrados, como era a região na época em que ali viveram, como morreram. Gisele foi explicando de maneira educativa e respondendo todas as curiosidades da garotada.
Mapeando a região
Segundo a pesquisadora, na época em que os animais da megafauna ali viveram a paisagem do lugar era mista, tinha uma floresta clara e o clima era tão quente como agora embora muito mais úmido e que provavelmente os animais morreram por fatores ligados ao clima, competição entre espécies ou pressão humana.
Ela explicou que os paleontólogos responsáveis pelas pesquisas na FUMDHAM, ainda vão começar a estudar os fósseis encontrados para identificar as espécies, o período e as condições em que viveram na região.
Enquanto Gisele explicava, a trabalhadora rural Maria do Socorro Silva, 54 anos, que foi ali pegar água para seus bichos, tinha os olhos fixos numa das defesas do mastodonte que estava nas mãos da pesquisadora. A camponesa contou depois que sua avó falava que no fundo da lagoa havia ossos dos índios e de animais gigantes. Mas ninguém acreditava. “Depois que eles chegaram aqui e encontraram esses esqueletos liguei pros meus filhos que moram em São Paulo para dizer que a Lagoa Feia está famosa mais eles não acreditaram”.
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Espero que gostem
Abraços'