Deixando de lado os meses que passaram, aqui está um dos lugares que prometi postar fotos naquele tópico da Pedra do Sino. Aliás, um pouco mais tarde do que eu previa (já fazem sete meses que as guardo? Nem percebi

Logo depois da Serra dos Órgãos, um lugar cuja visita sempre me interessou foi Itatiaia. Meu pai, que já morou no Rio, sempre me contava como era o famoso Pico das Agulhas Negras, que, antes do Projeto Pontos Culminantes do Brasil, era registrado como o ponto mais alto da Serra da Mantiqueira (foi rebaixado por quase dez metros!).
Então, por que não passar nesse lindo e primogênito parque nacional do Brasil?
Para ter acesso a parte alta a partir do Rio, segue-se pela BR 116 (Dutra), saindo em Engenheiro Passos rumo à BR 040, percorrendo-a até a BR 485 e de lá ao Abrigo Rebouças. NUNCA, em toda minha vida, vi uma estrada com tantas curvas quanto esse trecho da BR 040 à BR 485. É impossível passar dos 60 km/h sem enjoar

Pelo menos, após alguns km da 485, o ar começa a tornar-se mais limpo e a estrada mais bonita. Muito mais bonita.

Sabe-se quando está perto do posto a partir de quando se avista a Pedra da Mina, agora o ponto mais alto da Serra da Mantiqueira (2798,4 m)


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Percebam as nuvens se formando nos cumes

Logo depois aparece o Morro do Couto.

E finalmente chega a entrada do parque nacional. :]
Dependendo da época do ano, a BR 485 pode acabar em dois pontos: o Posto Marcão ou a BR 116, apesar que não sei se é permitida atravessar o parque de carro.
Durante a primavera e o Verão, devido ao alto índice de atropelamento do sapo flamenguinho, todo veículo deve-se estacionar no estacionamento do Marcão e os passageiros seguir a pé.
O sapo (Melanophryniscus moreirae), constitui uma espécie endêmica do parque e, portanto, parte do legado da Mata Atlântica. Ele se retira da hibernação durante os meses mais quentes do ano, similar a animais de países temperados, afinal, o Itatiaia é um dos três lugares do Brasil onde a camada de neve já passou de um metro.
Coincidentemente, os lugares onde mais se avistam sapos correspondem à represa atrás do abrigo Rebouças e nas poças d'água ao longo da estrada (causa dos atropelamentos).
Tirei foto dessa sapa. As fêmeas são maiores que os machos, mas dificilmente chegam a mais de 3 cm, apesar de que essa aí tem 4,5 cm.

Uma mão emprestada para tirar a foto


Seguindo a pé pela estrada (e tomando o café da manhã), me surpreendi bastante com a quantidade enorme de flores. Só mesmo na Serra do Mar para ver tanto quanto as exuberantes inflorescências no Itatiaia.
As fotos demonstram o que quero dizer.







E logo aparece a primeira Utricularia. U. reniformis!




Enfim o abrigo Rebouças, de onde parte a trilha para o PAN.
Duas fotos da represa do abrigo:


E um sapinho na parte rasa:

O Pico das Agulhas Negras, do tupi itatiaia (


A trilha até o Pico é muito bem demarcada, só se deve ficar atento para não seguir algum córrego que deságua na trilha, pois até começo da "escalaminhada", especialmente quando chove, é quase no meio d'água.
E rapidamente, as Utrics já reapareceram. Não tenho certeza, mas acho que devem ser U. tricolor[/] ou U. pubescens.




Logo antes do "trórrego" (trilha no meio de um córrego), tem uma ponte sobre um olho d'água.
Fixada por grampos de uma pedra na outra, foi um avanço e tanto para que os aventureiros não se molhassem tão cedo.


Óia eu na ponte


Depois da ponte e de muitos "anda logo", optei por não tirar mais fotos. Afinal, estava atrasando parar de cinco em cinco metros. Sem falar que ainda havia a volta inteira para fotografar.
Algumas horas e alguns aperreios mais tarde por não ter uma corda grande o suficiente (bota aperreio nisso), já próximo ao cume, o tempo nublou e resfriou rapidamente. E quando enfim conquistado, não deu para ver sequer os picos adjacentes.

Alguém consegue ver alguma trilha vindo nessa foto?
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E alguém consegue ver a trilha que segue nessas fotos?
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Pelo menos a paisagem era surreal




E finalmente o quase cume.
O acesso ao real ponto mais alto do Rio de Janeiro é complicado e leva em torno de um dia ou dois dias, mas já é muito bom saber que se está quase lá, a apenas dez metros do mais alto, separado por: um abismo, o segundo ponto mais alto e um outro abismo maior ainda.
Na foto, o ponto enevoado ao fundo é o pico do Itatiaiasú, o ponto culminante da Serra do Itatiaia

Eu lá em cima

E essa outra parte do Itatiaia que eu não sei o nome

Mau começado o caminho de volta, o tempo foi se fechando até se tornar chuva. Para não molhar a câmera, quase que não tiro nenhuma foto das "cachoeiras", só depois umas gambiarras com um saco plástico é que saíram essas duas:


Assim que a chuva passou, me dediquei a fotografar todas as flores que encontrar...

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..., inclusive as queridas Utrics




e suas estranhas folhas dobradas

E num trecho que o trórrego atravessa um pequeno cursod'água, eis que lá está a raríssima U. subulata.


Mais algumas U. reniformis



E finalmente, de volta a esse lago encantador...

... com mini-dróseras recém-lavadas pela chuva. São D. montana ?






E Utrics roxas, acho que são U. pubescens


E mais essas, parecidas, porém um pouco mais escuras.


Sempre-vivas



E mais flores





Não há muita diversidade de orquídeas na parte alta do Itatiaia. Apenas orquídeas terrestres ocorrem por lá, com predominância do gênero Habenaria




Mais U. reniformis




A visão do pico, já próximo ao abrigo.

Um alagadiço, uma pedra equilibrada e uma bromélia embaixo da pedra.



U. reniformis



E aquela Utric do começo do tópico. Quem achar o sapo nesta foto comenta aí. Só achei depois que ele pulou. rs

Olha o bichinho aí. rs


De volta a barragem

E um pouco da fauna curiosa. rs


Próximo ao Rebouças, existe uma cachoeira chamada de Cachoeira das Flores. Como a chuva havia acabado a pouco, a cachoeira deveria estar mais bela pelo maior volume de água, ou seja, motivos não faltavam para visita-la.
E assim foi, só não vi muitas flores por lá. rs
A vista da cachoeira a partir da continuação da BR 485.

Na descida até ela, encontrei mais um sapinho, tentando subir a pedra. rs

E essa flor azul.

A cachoeira de perto.

E acabaram as minhas fotos de dentro do parque.
Mas ainda possuo mais algumas fotos do caminho de volta pela BR 485, que é cheio de brincos de princesa ( Fuchsia magellanica ). Algumas fotos delas:


Um beija-flor

O morro do camelo

Num paredão úmido próximo a uma pequena queda d'água, um pequeno brilho roxo se destaca. Achei que era uma outra espécie de Utric, mas é uma U. reniformis, apesar de bastante diferente.

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Me parece que a altitude interfere na forma das flores, mas é provável que sejam apenas variações de populações distantes. Alguém tem um palpite ou conhece algum artigo a respeito disso?
Agora sim acabaram minhas fotos, pelo menos as da parte alta.
Não encontrei a D. latifolia do Itatiaia, talvez se tivesse explorado ambientes como este...
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Como já disse, ainda tenho alguns tópicos para postar, da próxima vez tentarei não demorar tanto quanto tardei neste.
Espero que tenham gostado

Feliz dia dos pais!