Já faz um bom tempo que tentava escrever um tópico sobre a D. spatulata, seus híbridos e as diferenças morfotípicas encontradas entre as plantas desta espécie de Drosera, nas várias regiões aonde a mesma é encontrada. Devido a falta de tempo e a dificuldade de encontrar informações confiáveis sobre o mesmo, eu decidi deixá-lo em suspenso para com isso poder amadurecer melhor esta ideia.
Não pretendo nas linhas abaixo reescrever tudo o que já foi abordado desta planta, no que concerne a suas especificidades taxonômicas, pelo simples fato de eu ser um modesto cultivador de PCs e não dispor do conhecimento necessário a uma tarefa hercúlea como esta. Meu intento aqui e apenas apresentar aos membros desta comunidade como uma planta, considerada comum pela maioria, pode ser capaz de nos surpreender com suas múltiplas formas.
Depois desta breve introdução vamos aos que interessa, começando por alguns mapas que mostram aonde esta planta pode ser localizada:
Figura 1 - Área de ocorrência desta espécie de Drosera (da esquerda para a direita temos, Oceânia, Sudeste Asiático, China e Japão)
Como podem ver acima, esta planta encontra-se muito bem distribuída por boa parte da Asia e mesmo da Oceania. É provável que isto tenha contribuído para uma maior interação (hibridização) entre as diversas espécies de Drosera que também habitam as localidades aonde esta PC é encontrada. Também funcionaria como fator de diferenciação morfotípica, se avaliarmos que o clima, solo etc, podem influenciar nas características que cada planta irá adquirir visando uma melhor adaptação ao ambiente aonde se encontram.
Variedades
Figura 2 - Forma típica da D. spatulata encontrada no Sudoeste Asiático, Sul da China e Norte da Austrália
A forma comum da D. spatulata é amplamente difundida em cultivo e muito provavelmente suas sementes provém de plantas cujas matrizes foram coletadas em algum lugar do Sudeste Asiático. Em minhas pesquisas não consegui um dado preciso sobre isto, apenas informações desencontradas. A única coisa que posso afirmar é que elas são de clima Tropical/Subtropical e, quando encontra as condições favoráveis, ele tende a se tornar uma verdadeira “erva daninha” em cultivo.
Figura 3 - D. spatulata de clima temperado, encontrada no Japão, Sul da Austrália (incluindo a Tasmânia) e Nova Zelândia
Encontrada em regiões com inverno rigoroso, esta forma de D. spatulata esta apta a lidar as adversidades climatícas destas regiões sem a necessidade de criar um hibernáculo para se proteger do frio.
Figura 4 - D. spatulata var. gympiensis
Esta variedade é encontrada nos entornos da cidade de Gympie, Sudoeste de Queensland (Austrália) e compartilha os mesmos habitats das formas tipicas da D. spatulata. De tamanho médio, possui flores cor de rosa, ovário (parte do gineceu) dividido em 4 partes e um grande número de tricomas na haste floral, principalmente em torno do cálice (conjunto de sépalas).
Figura 5 - D. spatulata var. lovellae
Esta é a maior variedade de D. spatulata, nativa da Ilha de Fraser, Queensland (Austrália). As poucas informações sobre a mesma são um tanto caóticas, tanto é que alguns a consideram apenas um cultivar. Neste tópico optei por considerá-la como uma variedade por crer que ela tenha "potencial" para ser tratada como tal.
Figura 6 - Drosera spatulata var. bakonensis
Planta endêmica, encontrada apenas no Parque Nacional de Bako, Estado de Sarawak, Bornéu (Malásia) esta PC é rara em cultivo. Possui tamanho pequeno, quando exposta a luz solar direta apresenta intensa coloração vermelha e suas flores são rosa claro. Não compartilha o seu habitat com nenhuma outra forma de spatulata.
Figura 7 - Drosera spatulata var. loureirii
Nativa da China - província de Cantão (Guandong) e Hong Kong - esta PC é rara entre os colecionadores ocidentais, mas amplamente difundida entre hobbystas orientais (Chineses, Japoneses, Sul-Coreanos, Taiwaneses etc). De porte pequeno/médio esta variedade de spatulata possui flores rosa.
Híbridos
Figura 8 - D. x tokaiensis (rotundifolia x spatulata)
Antigamente conhecida como Drosera 'Kansai', esta PC foi tratada durante anos como um cultivar, porém análises detalhadas provaram que na realidade a mesma é um híbrido natural entre a D. spatulata e a D. rotundifolia. O mais curioso é que desta hibridização deveria redundar em uma planta estéril pelo simples fato destas duas plantas serem geneticamente diferentes, mas contrariando a tudo e a todos ela é extremamente fértil. Com um nº de cromossomos igual a 60 (40 da spatulata e 20 da rotundifolia), incomum para um híbrido e, quiçá um espécime puro, esta PC é prova inequívoca de que a natureza ainda tem muito a nos mostrar sobre as capacidades reprodutivas e de sobrevivência destas plantas.
Apesar da D. rotundifolia ser uma PC de clima temperado e necessitar entrar em dormência no inverno (a planta cria um hibernáculo para se proteger do frio), a D. x tokaiensis não herdou essa característica , aliás ela é considerada até mais resistente que a spatulata e da mesma forma que esta pode se tornar uma praga em cultivo caso os devidos cuidados não sejam tomados. Na primavera a planta lança uma haste com lindas flores rosa.
Figura 9 - D. sp. 'Lantau Island' (spatulata x oblanceolata)
Aqui temos mais um híbrido curioso, surgido do cruzamento natural com a forma típica da D. spatulata com a D. oblanceolata. Encontrada na Ilha de Lantau (Lantao) distrito de Hong Kong (China) esta híbrido é de fácil cultivo, muito bonito e resistente. Suas flores de cor rosa surgem de uma haste que emerge do centro da planta na Primavera. Apesar de não ser comum entre os cultivadores brasileiros, ela não é rara ocupando as coleções de entusiastas do hobby na Austrália, Ásia, EUA e Europa.
Cultivares
Figura 10 - D. 'Hong Kong'
Registrado como cultivar em 1998, este espécime surgiu de um exemplar de D. spatulata, retirada do cultivo de Peter D'Amato, que apresentava características únicas que destoavam das demais plantas. Ela já foi comum entre os hobbystas (americanos, europeus, australianos), mas ao que tudo indica o interesse pela mesma caiu e, hoje em dia ela é apenas cultivada na Asia.
Figura 11 - D. 'Kanto'
Mais uma "criação" de Peter D'Amato, da mesma forma que a D. 'Hong Kong' esta PC consta apenas das listas de hobbystas asiáticos, sendo rara entre os ocidentais.
Figura 12 - D. 'Okinawa'
Cultivar japonês, características e dados incertos. A única coisa que se sabe desta planta é que a mesma não é um híbrido de spatulata com nenhuma outra PC. É possível que esta carnívora esteja aguardando ser oficialmente registrata para que as informações a seu respeito venham a tona. Como as outras três, em sua totalidade ela só é cultivada por hobbystas asiáticos.
Figura 13 - D. 'Tamlin'
Planta interessante, alguns espécimes chegam a rivalizar com a D. spatulata var. lovellae em tamanho (pode atingir 7 cm de diâmetro
) . Suas flores de cor branca surgem na Primavera e ela adquiri forte coloração vermelho-alaranjada quando exposta a iluminção solar correta (no mínimo 8 h) o que confere a este cultivar uma aparência muito bonita.
Outros híbridos/cultivares
Figura 14 - D. 'Watari' [(linearis x rotundifolia) x spatulata]
Planta interessante, criada no Japão em meados dos anos 70, que é classificada como cultivar apesar de na realidade se tratar de um híbrido (não natural) envolvendo três plantas diferentes. É classificado como tal pelo simples fato de suas sementes serem estéreis e, assim sendo, a única forma de propagá-la e manter suas características é por meio de Leaf Cutting ou TC (Tissue Culture = Cultura de Tecidos). Diferente das plantas descritas acima, esta daqui entra em dormência no inverno quando desenvolve um hibernáculo para se proteger do frio e, por esta razão exige cuidados especiais para ser cultivada em regiões de clima Tropical/Subtropical.
Figura 15 - D. x nagamoto [(linearis x rotundifolia) x spatulata/(linearis x rotundifolia) x tokaiensis]
Talvez este seja o híbrido mais complexo já criado entre as Drosera desta espécie e por incrível que pareça, esta PC é extremamente fértil. Foi desenvolvida no Japão a cerca de 40 anos atrás, sendo considerada de fácil cultivo apesar de, assim como a D. 'Watari', entrar em dormência e desenvolver um hibernáculo para sobreviver as baixas temperaturas. A diferença é que esta PC não exige uma temperatura tão baixa para passar por este fenômeno natural e, neste caso, as chances de cultivá-la em regiões de inverno ameno são favoráveis. E mais fácil encontrá-la nas coleções dos hobbystas mundo afora do que a planta descrita logo acima.
Obs.: Existe uma grande confusão envolvendo o nome das plantas acima e isto encontra-se até no CPPF (Canivorous Plants Photo Finder), pois a primeira é tida por alguns como sinônimo da segunda. Para piorar a primeira recebe a alcunha de D. x nagamotoi (notem a presença do "i" no final da palavra) em alguns sites (incluindo o que citei anteriormente), porém com o taxon incorreto. Eu soube disso ao ler alguns tópicos antigos do CPUK que tratavam deste assunto. Como não gosto de ficar na dúvida criei um tópico lá para que o pessoal veterano pudesse me ajudar a sanar as dúvidas que restavam em torno deste imbróglio. Foi com base nas respostas de um membro experiente do fórum inglês (Khelljuhg), que finalmente pude tirar minhas próprias conclusões a respeito destas duas PCs.
Considerações Finais
Aqui termino este tópico e espero com isto ter contribuído para sanar algumas dúvidas a respeito desta PC, que apesar de ser comum em cultivo é capaz de nos surpreender com suas múltiplas formas. Devo salientar que encontrei outras plantas desta espécie com características únicas, mas a falta quase que total de informações impediu-me de descrevê-las de forma sucinta neste tópico. Espero que tudo que escrevi seja usado em prol daqueles que tem alguma dúvida a respeito da classificação desta PC tão singular.
Espero que todos tenham gostado do que aqui consta e, sendo assim, até a próxima e fiquem na paz.
Abs,
Rodrigo F. Costa
Fontes:
https://www.carnivorousplants.org/howto ... tulata.php
https://www.carnivorousplants.org/cpn/S ... 56_60.html
https://www.carnivorousplants.org/cpn/S ... 1p4_9.html
https://cpphotofinder.com/drosera-spatulata-559.html
https://www.cpphotofinder.com/drosera-s ... s-431.html
https://cpphotofinder.com/drosera-spatu ... -3895.html
https://jungle-asia.com/photo.php?iid=1 ... boPage%3D2
https://www3.atword.jp/khelljuhg/?p=47
https://www.cpphotofinder.com/drosera-x ... s-789.html
https://www.growsundews.com/sundews/Dro ... ensis.html
https://www.cpphotofinder.com/drosera-l ... -3538.html
https://www.carnivorousplants.org/cp/Ev ... llales.php
https://www.cpphotofinder.com/drosera-kanto-3416.html
https://www.flickr.com/photos/okinawaph ... il/?page=3
https://www.omnisterra.com/bot/cp_home. ... search=all
https://www.utricularia.net/deutsch/index.php
https://cpphotofinder.com/drosera-tamlin-3427.html
https://cpphotofinder.com/drosera-watari--3429.html
https://cpphotofinder.com/drosera-nagamoto-3419.html
https://www.carnivorousplants.org/cp/DroseraHybrids.php
Não pretendo nas linhas abaixo reescrever tudo o que já foi abordado desta planta, no que concerne a suas especificidades taxonômicas, pelo simples fato de eu ser um modesto cultivador de PCs e não dispor do conhecimento necessário a uma tarefa hercúlea como esta. Meu intento aqui e apenas apresentar aos membros desta comunidade como uma planta, considerada comum pela maioria, pode ser capaz de nos surpreender com suas múltiplas formas.
Depois desta breve introdução vamos aos que interessa, começando por alguns mapas que mostram aonde esta planta pode ser localizada:
Figura 1 - Área de ocorrência desta espécie de Drosera (da esquerda para a direita temos, Oceânia, Sudeste Asiático, China e Japão)
Como podem ver acima, esta planta encontra-se muito bem distribuída por boa parte da Asia e mesmo da Oceania. É provável que isto tenha contribuído para uma maior interação (hibridização) entre as diversas espécies de Drosera que também habitam as localidades aonde esta PC é encontrada. Também funcionaria como fator de diferenciação morfotípica, se avaliarmos que o clima, solo etc, podem influenciar nas características que cada planta irá adquirir visando uma melhor adaptação ao ambiente aonde se encontram.
Variedades
Figura 2 - Forma típica da D. spatulata encontrada no Sudoeste Asiático, Sul da China e Norte da Austrália
A forma comum da D. spatulata é amplamente difundida em cultivo e muito provavelmente suas sementes provém de plantas cujas matrizes foram coletadas em algum lugar do Sudeste Asiático. Em minhas pesquisas não consegui um dado preciso sobre isto, apenas informações desencontradas. A única coisa que posso afirmar é que elas são de clima Tropical/Subtropical e, quando encontra as condições favoráveis, ele tende a se tornar uma verdadeira “erva daninha” em cultivo.
Figura 3 - D. spatulata de clima temperado, encontrada no Japão, Sul da Austrália (incluindo a Tasmânia) e Nova Zelândia
Encontrada em regiões com inverno rigoroso, esta forma de D. spatulata esta apta a lidar as adversidades climatícas destas regiões sem a necessidade de criar um hibernáculo para se proteger do frio.
Figura 4 - D. spatulata var. gympiensis
Esta variedade é encontrada nos entornos da cidade de Gympie, Sudoeste de Queensland (Austrália) e compartilha os mesmos habitats das formas tipicas da D. spatulata. De tamanho médio, possui flores cor de rosa, ovário (parte do gineceu) dividido em 4 partes e um grande número de tricomas na haste floral, principalmente em torno do cálice (conjunto de sépalas).
Figura 5 - D. spatulata var. lovellae
Esta é a maior variedade de D. spatulata, nativa da Ilha de Fraser, Queensland (Austrália). As poucas informações sobre a mesma são um tanto caóticas, tanto é que alguns a consideram apenas um cultivar. Neste tópico optei por considerá-la como uma variedade por crer que ela tenha "potencial" para ser tratada como tal.
Figura 6 - Drosera spatulata var. bakonensis
Planta endêmica, encontrada apenas no Parque Nacional de Bako, Estado de Sarawak, Bornéu (Malásia) esta PC é rara em cultivo. Possui tamanho pequeno, quando exposta a luz solar direta apresenta intensa coloração vermelha e suas flores são rosa claro. Não compartilha o seu habitat com nenhuma outra forma de spatulata.
Figura 7 - Drosera spatulata var. loureirii
Nativa da China - província de Cantão (Guandong) e Hong Kong - esta PC é rara entre os colecionadores ocidentais, mas amplamente difundida entre hobbystas orientais (Chineses, Japoneses, Sul-Coreanos, Taiwaneses etc). De porte pequeno/médio esta variedade de spatulata possui flores rosa.
Híbridos
Figura 8 - D. x tokaiensis (rotundifolia x spatulata)
Antigamente conhecida como Drosera 'Kansai', esta PC foi tratada durante anos como um cultivar, porém análises detalhadas provaram que na realidade a mesma é um híbrido natural entre a D. spatulata e a D. rotundifolia. O mais curioso é que desta hibridização deveria redundar em uma planta estéril pelo simples fato destas duas plantas serem geneticamente diferentes, mas contrariando a tudo e a todos ela é extremamente fértil. Com um nº de cromossomos igual a 60 (40 da spatulata e 20 da rotundifolia), incomum para um híbrido e, quiçá um espécime puro, esta PC é prova inequívoca de que a natureza ainda tem muito a nos mostrar sobre as capacidades reprodutivas e de sobrevivência destas plantas.
Apesar da D. rotundifolia ser uma PC de clima temperado e necessitar entrar em dormência no inverno (a planta cria um hibernáculo para se proteger do frio), a D. x tokaiensis não herdou essa característica , aliás ela é considerada até mais resistente que a spatulata e da mesma forma que esta pode se tornar uma praga em cultivo caso os devidos cuidados não sejam tomados. Na primavera a planta lança uma haste com lindas flores rosa.
Figura 9 - D. sp. 'Lantau Island' (spatulata x oblanceolata)
Aqui temos mais um híbrido curioso, surgido do cruzamento natural com a forma típica da D. spatulata com a D. oblanceolata. Encontrada na Ilha de Lantau (Lantao) distrito de Hong Kong (China) esta híbrido é de fácil cultivo, muito bonito e resistente. Suas flores de cor rosa surgem de uma haste que emerge do centro da planta na Primavera. Apesar de não ser comum entre os cultivadores brasileiros, ela não é rara ocupando as coleções de entusiastas do hobby na Austrália, Ásia, EUA e Europa.
Cultivares
Figura 10 - D. 'Hong Kong'
Registrado como cultivar em 1998, este espécime surgiu de um exemplar de D. spatulata, retirada do cultivo de Peter D'Amato, que apresentava características únicas que destoavam das demais plantas. Ela já foi comum entre os hobbystas (americanos, europeus, australianos), mas ao que tudo indica o interesse pela mesma caiu e, hoje em dia ela é apenas cultivada na Asia.
Figura 11 - D. 'Kanto'
Mais uma "criação" de Peter D'Amato, da mesma forma que a D. 'Hong Kong' esta PC consta apenas das listas de hobbystas asiáticos, sendo rara entre os ocidentais.
Figura 12 - D. 'Okinawa'
Cultivar japonês, características e dados incertos. A única coisa que se sabe desta planta é que a mesma não é um híbrido de spatulata com nenhuma outra PC. É possível que esta carnívora esteja aguardando ser oficialmente registrata para que as informações a seu respeito venham a tona. Como as outras três, em sua totalidade ela só é cultivada por hobbystas asiáticos.
Figura 13 - D. 'Tamlin'
Planta interessante, alguns espécimes chegam a rivalizar com a D. spatulata var. lovellae em tamanho (pode atingir 7 cm de diâmetro
) . Suas flores de cor branca surgem na Primavera e ela adquiri forte coloração vermelho-alaranjada quando exposta a iluminção solar correta (no mínimo 8 h) o que confere a este cultivar uma aparência muito bonita.Outros híbridos/cultivares
Figura 14 - D. 'Watari' [(linearis x rotundifolia) x spatulata]
Planta interessante, criada no Japão em meados dos anos 70, que é classificada como cultivar apesar de na realidade se tratar de um híbrido (não natural) envolvendo três plantas diferentes. É classificado como tal pelo simples fato de suas sementes serem estéreis e, assim sendo, a única forma de propagá-la e manter suas características é por meio de Leaf Cutting ou TC (Tissue Culture = Cultura de Tecidos). Diferente das plantas descritas acima, esta daqui entra em dormência no inverno quando desenvolve um hibernáculo para se proteger do frio e, por esta razão exige cuidados especiais para ser cultivada em regiões de clima Tropical/Subtropical.
Figura 15 - D. x nagamoto [(linearis x rotundifolia) x spatulata/(linearis x rotundifolia) x tokaiensis]
Talvez este seja o híbrido mais complexo já criado entre as Drosera desta espécie e por incrível que pareça, esta PC é extremamente fértil. Foi desenvolvida no Japão a cerca de 40 anos atrás, sendo considerada de fácil cultivo apesar de, assim como a D. 'Watari', entrar em dormência e desenvolver um hibernáculo para sobreviver as baixas temperaturas. A diferença é que esta PC não exige uma temperatura tão baixa para passar por este fenômeno natural e, neste caso, as chances de cultivá-la em regiões de inverno ameno são favoráveis. E mais fácil encontrá-la nas coleções dos hobbystas mundo afora do que a planta descrita logo acima.
Obs.: Existe uma grande confusão envolvendo o nome das plantas acima e isto encontra-se até no CPPF (Canivorous Plants Photo Finder), pois a primeira é tida por alguns como sinônimo da segunda. Para piorar a primeira recebe a alcunha de D. x nagamotoi (notem a presença do "i" no final da palavra) em alguns sites (incluindo o que citei anteriormente), porém com o taxon incorreto. Eu soube disso ao ler alguns tópicos antigos do CPUK que tratavam deste assunto. Como não gosto de ficar na dúvida criei um tópico lá para que o pessoal veterano pudesse me ajudar a sanar as dúvidas que restavam em torno deste imbróglio. Foi com base nas respostas de um membro experiente do fórum inglês (Khelljuhg), que finalmente pude tirar minhas próprias conclusões a respeito destas duas PCs.
Considerações Finais
Aqui termino este tópico e espero com isto ter contribuído para sanar algumas dúvidas a respeito desta PC, que apesar de ser comum em cultivo é capaz de nos surpreender com suas múltiplas formas. Devo salientar que encontrei outras plantas desta espécie com características únicas, mas a falta quase que total de informações impediu-me de descrevê-las de forma sucinta neste tópico. Espero que tudo que escrevi seja usado em prol daqueles que tem alguma dúvida a respeito da classificação desta PC tão singular.
Espero que todos tenham gostado do que aqui consta e, sendo assim, até a próxima e fiquem na paz.
Abs,
Rodrigo F. Costa
Fontes:
https://www.carnivorousplants.org/howto ... tulata.php
https://www.carnivorousplants.org/cpn/S ... 56_60.html
https://www.carnivorousplants.org/cpn/S ... 1p4_9.html
https://cpphotofinder.com/drosera-spatulata-559.html
https://www.cpphotofinder.com/drosera-s ... s-431.html
https://cpphotofinder.com/drosera-spatu ... -3895.html
https://jungle-asia.com/photo.php?iid=1 ... boPage%3D2
https://www3.atword.jp/khelljuhg/?p=47
https://www.cpphotofinder.com/drosera-x ... s-789.html
https://www.growsundews.com/sundews/Dro ... ensis.html
https://www.cpphotofinder.com/drosera-l ... -3538.html
https://www.carnivorousplants.org/cp/Ev ... llales.php
https://www.cpphotofinder.com/drosera-kanto-3416.html
https://www.flickr.com/photos/okinawaph ... il/?page=3
https://www.omnisterra.com/bot/cp_home. ... search=all
https://www.utricularia.net/deutsch/index.php
https://cpphotofinder.com/drosera-tamlin-3427.html
https://cpphotofinder.com/drosera-watari--3429.html
https://cpphotofinder.com/drosera-nagamoto-3419.html
https://www.carnivorousplants.org/cp/DroseraHybrids.php
acho que também chamam de 
. Deixe esta planta crescer um pouco mais, crie um tópico na sala de identificação e poste uma foto dela para que possamos dar um veredito final sobre este assunto.
