Photo: credit to "Noah Elhardt"
Veremos então quem é esta tão inigmática planta e que diferenças a distinguem do género sarracenia. Vamos também perceber a forma brilhante como captura o seu alimento e as condições básicas do seu cultivo.
Família: Sarraceniaceae
Género: Darlingtonia
Espécie: Californica
Apesar das Darlingtonias e as Sarracenias pertencerem à mesma família, e devido à semelhança que possuem entre si, não é possível o cruzamento destas duas plantas porque pertencem a géneros diferentes, o que facilmente poderia confundir os novos cultivadores em tentarem criar híbridos que não são possíveis de serem criados.
À semelhança da Dionaea Muscipula que também é uma planta de género monotípico, o que pode acontecer é existirem variedades dentro da espécie que se distinguem umas das outras às quais se chamam cultivares. Os cultivares não são mais que características únicas dentro da mesma espécie que a distingue da espécie dita “típica ou comum”. Tal com os Humanos, todos somos humanos, mas uns têm a tonalidade da pele mais clara e outros mais escura. Os asiáticos por exemplo têm os olhos num formato diferente dos europeus etc., e são essas diferenças que os tornam únicos, mas não deixam de ser humanos.
As Darlingtonias são encontradas predominantemente nas regiões montanhosas e em cascatas, mas são muitas as populações que vivem ao nível do mar na costa do pacífico (D’Amato, 1998).
Podem ser encontradas em zonas pantanosas a crescer em esfagno, em zonas ensolaradas no meio da floresta, em prados húmidos nas montanhas ou mesmo em encostas de cascalho onde existe um decurso de água em constante movimento. (D’Amato, 1998).
É típico das Darlingtonias colonizarem áreas perto de nascentes de água e onde esta é fresca e com um movimento ligeiro (D’Amato, 1998). Este é aliás, o segredo do seu cultivo


……………………………………………………………………………
You can observe the natural habitat of these plants through these photos courtesy of Matt taken in 2009 in Oregon state. Thanks Matt

Photos: credit to "Matt 2009" See orininal link
As suas folhas em forma tubular são maioritariamente erectas e podem crescer até aos 90cm de altura, enquanto que as folhas inclinadas tendem em ser menores. No topo do tubo, encontramos a abertura da armadilha direccionado para baixo e com uma largura até aos 3cm. Na extremidade e junto à abertura da armadilha, existe aquilo a que parece uma língua bifurcada semelhante a uma cobra, e daí a razão óbvia de ser muitas vezes identificada como sendo Cobra Lily ou Cobra Plant (Schnell, 1976).
Credits to: "© Bruce G. Marcot, used by permission" See original link
Normalmente a sua coloração é de um amarelo/verde pálido no topo e de um verde-escuro à medida que se aproxima do chão, mas se estiverem debaixo de sol muitas horas, é frequente adquirirem uma coloração mais avermelhada na parte superior do tubo (Schnell, 1976).
[img]http://img43.imageshack.us/img43/3116/imagem4195.jpg[/img]
[img]http://img200.imageshack.us/img200/5481/imagem4192.jpg[/img]
Credits to: Amigo Nélio
Sarracenia Psittacina
[img]http://img841.imageshack.us/img841/6282/p1010027hy.jpg[/img]
SISTEMA DE CAPTURA:
Agora vão certamente ficar maravilhados com a forma como estas plantas atacam as suas presas. Enquanto as Dionaeas os podem “apanhar”, já as Darlingtonias não tendo qualquer tipo e capacidade de movimento, decide que a melhor estratégia é deixá-los pousar

Na zona da cabeça, a Darlingtonia contem partes transparentes que deixam passar luz dando a ilusão óptica de que possui uma quantidade enorme de pequenas “janelas”. Na zona da língua, e principalmente na zona próxima à abertura da armadilha, a planta segrega um néctar que escorre pelo exterior através da língua e convidando os insectos a entrarem na sua armadilha.
Credits to: "© Bruce G. Marcot, used by permission" See original link
A esta altura, os insectos são convidados a entrar através da abertura devido à intensa luminosidade que ali se verifica. Se o insecto entra, comete o erro fatal, pois será virtualmente impossível que este saia dali com vida (D’Amato, 1998).
Ao tentarem sair dali de dentro da armadilha, são iludidos pelas falsas “janelas” confundindo os insectos com uma falsa porta de saída, e ao pensarem que ali se encontra a saída, cada vez mais vão entrando na armadilha até que por fim, escorregam para dentro do tubo e aí tudo termina para o insecto (D’Amato, 1998). Como se não bastasse, dentro do tubo existem inúmeros pêlos direccionados para baixo, não dando qualquer hipótese aos insectos que caem no fundo de treparem pelas paredes do tubo (D’Amato, 1998).
Credits to: "© Bruce G. Marcot, used by permission" See original link
A presença da presa, juntamente com algum tipo de reacção química e/ou mecânica, faz com que a Darlingtonia aumente a segregação de água no interior da cavidade a fim de afogar o insecto e facilitar a posterior absorção dos fluidos decompostos pela acção bacteriana (Schnell, 1976).


Existe um cultivar chamado Darlingtonia “Othello” descoberto na California em 1992 que se distingue pela falta de pigmentação vermelha
Cultivar Darlingtonia “Othello” Foto
CULTIVO:
Solo: Esfagno vivo ou morto + Perlite/areia silica na proporção (1:1) (D’Amato 1998)
Perlite + Turfa + Vermiculite na prpoporção de (2:1:1)
Temperatura:
As temperaturas no seu habitat natural variam desde os 0º até aos 38º, embora a média seja de 27º a temperatura do ar e menos de 20º a temperatura do solo. (James, Pietropaolo; 1986)
Luminosidade:
Luz directa ou Luz parcial (D’Amato, 1998)
Dormência:
Sim, a Darlingtonia requer um período de 4 a 6 meses a temperaturas entrre os 2º e os 10º (James, Pietropaolo; 1986)
Humidade:
Moderada (Rice, 2006)
Regas:
Sistema prato por baixo, mas é vital para a planta que continue a regar por cima, de preferência com água fresca para que refresque as raízes da planta no verão onde as temperaturas são mais quentes (D’Amato, 1998).
Nos dias mais quentes do ano, até pode ser aconselhado em colocar um pouco desta água no frigorífico para ter temperaturas bastante baixas e de modo a refrescarem as raízes. Muitas vezes, o uso de cubos de gelo feitos a partir de água purificada e colocados no vaso podem salvar uma Darlingtonia de um dia bem quente no verão (D’Amato, 1998).
Local:
Estufa; Terrário; Exterior desde que tenha condições de boa drenagem e de forma a que as raízes se mantenham frescas
É apenas um ponto de partida a uma experiencia bastante gratificante, que é o cultivo destas plantas fantásticas

Sintam a liberdade de colocarem todas as duvidas que acharem necessárias

Assim me despeço, mas prometo voltar com mais espécies;)
Cumprimentos a todos