Algumas das poucas informações que encontrei sobre ela:
-(Wikipédia) A Philcoxia minensis é uma rara espécie de planta carnívora, do gênero Philcoxia, capaz de comer suas presas debaixo do solo, utilizando-se de suas folhas que medem entre 0,5 mm e 1,5 mm de largura.
-[http://agencia]Em artigo na revista PNAS, cientistas do Brasil, Austrália e Estados Unidos descrevem como comprovaram que a Philcoxia é carnívora (divulgação)
Planta do Cerrado usa folhas subterrâneas para capturar e digerir vermes
23 de janeiro de 2012
(Por Karina Toledo
Agência FAPESP) – À primeira vista, a Philcoxia minensis parece uma planta delicada, com pequenas flores roxas, galhos finos e aproximadamente 20 centímetros de altura. Mas, sob a areia branca da Serra do Espinhaço, em Minas Gerais, ela esconde um segredo: folhas grudentas, do tamanho da cabeça de um alfinete, que atraem, capturam e digerem vermes incautos.
A descoberta foi descrita na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) por pesquisadores brasileiros, americanos e australianos. É resultado do projeto de iniciação científica absorção foliar de nutrientes de presas como teste de carnivoria em Philcoxia minensis p. Taylor & v. c. SOUZA (Plantaginaceae)", desenvolvido pelo estudante da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Caio Pereira, com bolsa da FAPESP.
A hipótese de que a P. minensis seria uma planta carnívora foi levantada pela primeira vez em 2007 pelo botânico Peter Fritsch, da California Academy of Sciences, nos Estados Unidos.
“Fritsch verificou a presença de glândulas colantes nas folhas e um grande número de vermes nematoides aderidos às superfícies foliares. Teve, portanto, uma contribuição-chave para o desenvolvimento teórico do trabalho”, afirmou Rafael Oliveira, coordenador do estudo feito na Unicamp, à Agência FAPESP.
O norte-americano, no entanto, não havia conseguido provar que a P. minensis era capaz de digerir suas presas, condição obrigatória para que uma planta seja considerada carnívora.
Para testar a teoria, a equipe de Oliveira criou uma colônia de bactérias marcadas com isótopos de nitrogênio. Essas bactérias foram oferecidas como alimento aos vermes, que por sua vez foram oferecidos à planta.
Ao analisar as folhas após o experimento, os cientistas detectaram a presença dos isótopos de nitrogênio, indício de que a planta havia de fato digerido os nematoides e absorvido seus nutrientes.
“Além disso, detectamos na superfície das folhas a presença de fosfatases, enzimas que podem digerir os nematoides”, contou Oliveira. Isso reforçou a hipótese de que a planta faz todo o trabalho sozinha, sem necessitar de fungos e outros microrganismos para processar suas presas.
Segundo o pesquisador, essa estratégia de captura é única entre as plantas carnívoras e surgiu, provavelmente, graças a uma combinação de fatores. “A Philcoxia ocorre sobre solos de areia muito branca, pobre em nutrientes, mas com abundância de nematoides”, contou Oliveira.
Além disso, acrescentou, as partículas de areia são translúcidas. Isso possibilita à planta realizar fotossíntese mesmo com as folhas embaixo da terra.
“A radiação solar e a temperatura do ar nesse hábitat são muito altas. Já a disponibilidade de água é baixa. Essas condições extremas dificultam a sobrevivência da maioria das plantas, mas podem ter favorecido a seleção desse hábito peculiar da Philcoxia – o posicionamento subterrâneo de folhas”, disse.
Além da P. minensis, outras duas espécies compõem o gênero Philcoxia: a P. bahiensis e a P. goiasensis. Todas crescem apenas no Cerrado brasileiro.
“A pesquisa foi feita apenas com P. minensis, mas a descoberta deve valer para as duas outras espécies, pois elas compartilham as mesmas características”, afirmou Oliveira.
Até então, ressaltaram os cientistas no artigo, não havia evidências de carnivorismo na família Plantaginaceae, à qual pertence a Philcoxia e outras 2 mil espécies.





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