Se quiserem olhar, tem uma imagem na primeira página deste artigo mostrando uma filogenia do gênero Cattleya:
https://www2.uefs.br/ppgbot/pdf_dissert ... Santos.pdf
Ela não diz onde fica o ancestral comum ao grupo, mas mostra bem o hibridismo na formação das espécies das orquídeas.
Quanto mais distante um nome do outro, mais distante está a linhagem
Ps.: Acho que ou divide tudo, como estava antes, ou coloca tudo num gênero só, incluindo Brassavola e Rhyncholaelia.
[hr]
Só uns detalhezinhos;
A teoria mais aceita é que antes da formação da depressão sertaneja, no Pleistoceno (no auge da era glacial, quando as geleiras até a latitude de 60º deixavam o ar mais úmido e frio), a vegetação de onde se localiza a atual caatinga era semelhante à floresta amazônica. Os brejos de altitude fundamentam essa teoria, pois preservam grande quantidade da flora dessa antiga floresta equatorial ancestral, além de espécies típicas da região amazônica e de mata atlântica (
U. jamesoniana, Coryanthes, Gongora e Stanhopea, por exemplo).
Com essa floresta permitindo a propagação, os grupos basais e ancestrais da subtribo Laeliinae, que devem ter se originado na Venezuela migraram para o sul e para o norte. Guarianthe surgiu do ramo que migrou para o norte, pois, apesar da semelhança com Cattleya, as análises moleculares mostram que é muito próximo dos outros gêneros de Laeliinae da América Central (de onde, aliás, é nativa).
As nossas Cattleyas tiveram sua origem na Serra do Mar, divisa Rio/São Paulo e se espalharam principalmente para o norte, até minas, onde as antigas Laelias brasileiras se originaram e diversificaram (motivo da atual inclusão em Cattleya). A linhagem de Cattleya unifoliadas se dividiu das de Brasilaelia (Laelia purpurata) e atravessaram o cerrado até chegarem à Amazônia, se espalhando rapidamente por todo o norte e nordeste da América do sul, enquanto os ancestrais das bifoliadas se espalhavam pelo litoral sudeste e sul do local de origem.
Terminada a glaciação, as mudanças climáticas levaram a extinção de algumas linhagens especialmente no sertão moderno. O local de origem teórica do grupo ainda mantém uma grande diversidade de espécies, mas os outros grupos já distantes também se diferenciaram em diversas espécies, caso das monofoliadas venezuelanas (Pra mim é tudo C. labiata

).
Essa é a teoria mais difundida sobre a origem do gênero Cattleya misturada às minhas ideias
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"Segundo van den Berg (1996), o gênero Cattleya se adéqua muito bem à teoria de refúgios florestais do Pleistoceno (Brown, 1979, 1987), e parcialmente à teoria biogeográfica de Fowlie (1977). Segundo a teoria de Fowlie (1977), o centro de origem das Cattleya bifoliadas seria na região costeira, entre o Litoral Norte Paulista e Sul do Rio de Janeiro, e também o Vale do Paraíba e regiões montanhosas da Serra da Mantiqueira e Serra dos Órgãos. Durante a evolução do grupo, teria ocorrido uma grande dispersão seguida de eventos de vicariância e especiação durante as glaciações do Quaternário recente. Durante o glacial máxima, haveria uma grande área de habitats de brejos litorâneos desde a região de Boracéia, São Paulo, passando pelo Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia, penetrando pelos vales do Rio São Francisco e Rio Doce. Nestas áreas teria havido uma dispersão massiva de C. bicolor Lindl. e outras espécies bifoliadas, seguida de uma fragmentação diante do retrocesso das geleiras. Para van den Berg (1996), as áreas que são hoje ocupadas por C. bicolor seriam refúgios florestais do Pleistoceno, entretanto as ligações através do Vale do São Francisco e Rio Doce são pouco prováveis de terem existido. Neste caso a melhor hipótese seria uma dispersão anterior à glaciação, seguida de extinção nas áreas desfavoráveis."